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Governo alimenta buraco do BPN com mais 1.033 milhões

Bloco de Esquerda quer saber os motivos que levaram o ministério de Vítor Gaspar a conceder um empréstimo milionário às sociedades formadas para gerir o lixo tóxico do BPN, a Parvalorem e a Parups, e as respetivas condições.
Tabela do relatório da UTAO

Em dezembro do ano passado, o governo concedeu um empréstimo de 1.033 milhões de euros às sociedades-veículo do BPN – a Parups e a Parvalorem – que foram criadas para absorver o “lixo tóxico” do banco. A informação deste novo gasto milionário consta da última Informação Técnica publicada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República, publicada esta semana, e chamou a atenção ao Bloco de Esquerda, que enviou um requerimento ao Ministério das Finanças.

Os bloquistas Pedro Filipe Soares e Ana Drago recordam que “a nacionalização do BPN já custou aos portugueses quatro mil milhões e nos próximos anos pode chegar a um custo de sete mil milhões de euros”. E preveem que este empréstimo represente mais dinheiro dos contribuintes atirado para o buraco-negro do BPN, num momento em que os portugueses sofrem com a austeridade.

Questões a Vítor Gaspar

Pedro Filipe Soares e Ana Drago observam que este valor exorbitante injetado nas gestoras do lixo tóxico do BPN é superior aos empréstimos efetuados, em 2012, à Estradas de Portugal (881 milhões de euros), à REFER (800 milhões de euros), ao Metro do Porto (309 milhões de euros), ao Metro de Lisboa (649 milhões de euros) e à Parque Escolar (90 milhões de euros) e questionam o ministério de Vítor Gaspar sobre os motivos deste empréstimo à Parups e à Parvalorem. E perguntam também se o governo prevê receber de volta esse dinheiro, quando, e que garantias recebeu pelo dinheiro emprestado. Perguntam ainda quais as imparidades estimadas pelo governo nestas sociedades-veículo do BPN.

Sociedades criadas para “limpar” BPN para a privatização

Recorde-se que em outubro de 2010 foram criadas três sociedades com o objetivo de "limpar" o BPN dos ativos tóxicos, para depois privatizá-lo, como feito, ao banco BIC. Duas foram sociedades anónimas: a Parups, para agregar as unidades de participação dos fundos de investimento imobiliário, e a Parvalorem, para absorver os créditos maus. E uma SGPS, a Parparticipações, para aglutinar as participadas do BPN.

O BPN acabou por ser vendido ao BIC por 40 milhões, num negócio que o coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo considerou ser um favor do governo ao BIC, banco angolano que retirou da transação um benefício real.

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