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Partido de ultra direita Aurora Dourada recruta crianças e jovens

O jornal “The Independent” revela os resultados de uma investigação promovida pela jornalista Nathalie Savaricas que concluiu que o Aurora Dourada (AD) está a desenvolver uma estratégia de implantação entre as camadas mais jovens da população.

Ataques de crianças e jovens contra a comunidade imigrante na Grécia, como aquele que foi promovido recentemente por um grupo de rapazes de quinze anos contra uma loja de um residente paquistanês, podem tornar-se cada vez mais frequentes, alerta o “The Independente”.

Segundo este jornal, o partido, que se esconde atrás de uma máscara de anti sistema, tentando ocultar a sua faceta fascista e negando qualquer ato de violência racista, “está a ficar na moda”, espalhando de forma agressiva a sua mensagem de ultra direita anti imigração, nomeadamente através da internet e nos espaços frequentados por jovens.

“Eles recusam a etiqueta do Nazismo e, em vez disso, jogam o cartão de nacionalistas. Eles usam a história antiga grega como uma camuflagem para esconder a sua verdadeira identidade: eles são fãs de Hitler, do anti-semitismo”, explica Vassiliki Georgiadou, professor da Universidade Panteion que é perito no radicalismo de extrema direita e estuda o Aurora Dourada há alguns anos.

“O partido está a recolher os frutos da sua campanha incansável”

A mobilização de base, as iniciativas de vizinhança, especialmente em zonas onde se registou um aumento da criminalidade ou que se transformaram em destinos privilegiados de imigrantes, são algumas das estratégias do AD. Conforme pôde apurar Nathalie Savaricas, os membros do partido de extrema direita distribuem, inclusive, números de telemóvel aos mais jovens com o argumento de que poderão protege-los quando estes saírem tarde da escola.

Os ginásios e clubes de artes marciais também estão a ser utilizados como locais de angariação de novos membros para o AD, assim como a música se apresenta como um elemento aliciante para arrebanhar seguidores entre os mais jovens. Dois dos deputados do AD são músicos. Um deles, Artemis Matthaiopoulos, que pertence à banda rock de supremacia branca Pogrom, toca músicas nacionalistas como “Fala grego ou morre”.

Graffiti’s com bandeiras gregas ou slogans nacionalistas e símbolos que apresentam semelhanças com a suástica estão a tornar-se cada vez mais comuns junto às escolas.

Perante este cenário, cerca de 50 professores decidiram fundar a Frente de Educação Anti Fascista para lidar com a ascensão do extremismo de ultra direita, contudo, os cortes orçamentais a que estão sujeitos limitam a sua acção. Os peritos alertam, no entanto, que é importante dotar de significado conceitos como fascismo e nazismo, na medida em que muitos jovens não se relacionam com os mesmos.

Este sábado, e segundo noticia o Ekathimerini, cerca de 5 mil apoiantes do AD promoveram uma manifestação em frente à embaixada dos Estados Unidos entoando slogans anti americanos, anti turcos e anti imigrantes como forma de assinalar um incidente fronteiriço que teve lugar em 1996 e causou uma crise entre a Grécia e a Turquia.

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