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“Passos não faz a mínima ideia das consequências do corte de 4 mil milhões”

No debate com o primeiro-ministro, Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, questionou o primeiro-ministro sobre as consequências em termos de recessão do corte anunciado de 4 mil milhões de euros de gastos do governo, mas não obteve qualquer resposta. E concluiu: “A austeridade e o desemprego são crimes contras as pessoas, contra a economia e a democracia”.
Catarina Martins: "A austeridade e o desemprego são crimes contras as pessoas, contra a economia e a democracia”.

Depois de questionar o primeiro-ministro sobre as consequências do corte previsto nos gastos que o governo quer promover, e não obter qualquer resposta concreta, a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins concluiu que “ficámos a saber que o sr. primeiro-ministro não faz a mínima ideia do que vai acontecer a Portugal quando cortar quatro mil milhões de euros e provocar mais recessão. Aliás, o sr. primeiro-ministro parece ter pouca ideia de tudo o que se passa e o país é uma só confusão”, afirmou, observando que Passos Coelho está contente com a ida aos mercados e a queda dos juros e “o que nos traz aqui todos os dias é demagogia”. E recorda que “ficámos a saber hoje que o desemprego em Portugal bateu um novo recorde”, e que o governo cortou em saúde o dobro do que estava previsto pela troika, que o investimento é o mais baixo dos últimos 50 anos.

Só o banqueiro Ulrich apoia esta política

Ironizando, Catarina Martins disse que só o banqueiro Ulrich, “aquele que acha que ser sem-abrigo é uma forma de aguentar” é que consegue apoiar esta política.

“A ver se nos entendemos”, prosseguiu a deputada. “O crescimento era em 2013, afinal já não é. Talvez seja em 2014. A recessão em 2013 é o dobro do que estava prevista e com o corte de 4 mil milhões ainda vai ser mais grave”

E concluiu: “Hoje os jornais económicos dão conta de que os investidores privados vão investir menos e esse menos investimento é porque há menos procura interna e portanto a austeridade provoca recessão.” A Passos Coelho, a coordenadora do Bloco disse que “o defeito das suas políticas é a realidade. É Portugal. O PIB cai o dobro do previsto, o desemprego bateu hoje um novo recorde”. E acusou: “O que o sr. Primeiro-ministro está a fazer é preparar à socapa um corte de 4 mil milhões de euros que não é nenhuma reforma de Estado, é o valor preciso do buraco de Vítor Gaspar e é esse que quer tapar. Esta política de mercados não é a política das pessoas. Portugal já não suporta a chantagem das finanças. A austeridade e o desemprego são crimes contras as pessoas, contra a economia e a democracia”.

Catarina Martins vs. Passos Coelho I: "Portugal já não aguenta a chantagem da finança"

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