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Banco mais antigo do mundo salvo com ajuda do Estado italiano

Para satisfazer as exigências de reforço de capital impostas pelos reguladores, o banco fundado no século XV Monte dei Paschi di Siena viu-se obrigado a pedir ajuda ao Estado italiano que acedeu injetar 3900 milhões. A história é sempre a mesma: o banco fez um mau negócio e acaba socorrido por dinheiros públicos.
A nova ajuda surge numa altura em que se tornou público e polémico que o banco terá de refletir nas suas contas uma perda de cerca de 720 milhões de euros, na sequência de um mau negócio com derivados que envolveu o japonês Nomura e o Deutsche Bank.

Criado em 1472, é considerado o banco mais antigo do mundo, mas a longevidade não livrou o Monte dei Paschi di Siena do pedido de ajuda ao Estado, vendo-se incapaz de fazer face às exigências de reforço de capital impostas pelos reguladores.

Segundo relata o Púbico, este sábado, o Banco de Itália acabou por aprovar a injeção de 3900 milhões de euros em ajudas estatais para ajudar a reavivar a instituição. O plano pressupõe a emissão de obrigações nesse montante, que ficarão nas mãos do Tesouro italiano, e que inclui, de acordo com a Reuters, a renovação do apoio de 1900 milhões de euros que já existia. Já não é a primeira vez: há quatro anos o banco recorreu ao auxílio estatal, após a aquisição do Antonveneta em 2007,  a um preço sobrevalorizado.

Em troca do apoio do Estado, a instituição liderada por Fabrizio Viola terá de pagar um cupão (juro) de 9%, que irá subir 0,5 pontos percentuais a cada dois anos, até ao máximo de 15%. Na sexta-feira, os acionistas do banco aprovaram um aumento de capital, caso venha a ser necessário, no valor de 6500 milhões de euros nos próximos cinco anos. Só após esta medida é que o Estado aprovou o apoio.

A história é sempre a mesma: o banco fez um mau negócio e acaba socorrido por dinheiros públicos. A nova ajuda surge numa altura em que se tornou público e polémico que o banco terá de refletir nas suas contas uma perda de cerca de 720 milhões de euros, na sequência de um mau negócio com derivados que envolveu o japonês Nomura e o Deutsche Bank.

Segundo a imprensa, as operações com produtos complexos foram realizadas em 2008 e 2009, no meio da crise financeira, e nunca foram reveladas ou descobertas pelas autoridades. O banco está agora a ser investigado.

Na altura, era Mario Draghi, actual governador do BCE, quem liderava o Banco de Itália. Também Mario Monti está a ser questionado sobre o apoio dado ao banco, tendo afirmado que a nacionalização é um “cenário remoto”.

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