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Défice real já atingiu 6% em setembro

Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) afirma que para cumprir os objetivos do governo, mesmo com as medidas extraordinárias, o défice do 4º trimestre teria de chegar a valores que só se verificaram em 2007.
Nem com as verbas extraordinárias previstas pela privatização da ANA parece possível cumprir os objetivos do défice, alerta a UTAO

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) divulgou uma nota a que o Diário Económico teve acesso onde alerta que a meta do governo, de um défice de 5% para o conjunto de 2012, “afigura-se difícil de alcançar", dada a quebra nas receitas fiscais e contributiva superior ao previsto.

Na nota, a unidade técnica que funciona no âmbito da Assembleia da República revela que o défice das Administrações Públicas em contabilidade nacional até ao final do terceiro trimestre ficou nos 5,6% mas, descontadas as medidas extraordinárias, ficou nos 6%.

Ora, para cumprir os objetivos a que o governo se comprometeu, no último trimestre seria necessário atingir “um défice sem precedentes em anos mais recentes", diz a nota dos técnicos do Parlamento, acrescentando que "para que o objetivo orçamental para 2012 seja atingido, o défice do 4.º trimestre não poderá exceder os 5,9% do PIB (ou de 3,3%, considerando o montante previsto para a concessão do serviço público aeroportuário de apoio à aviação civil)", isto é, o valor previsto com a privatização da ANA.

A UTAO recorda que "historicamente" o último trimestre é aquele que tem o maior peso no conjunto do ano. "A título exemplificativo, será preciso recuar ao 4.º trimestre de 2007 para observar um défice compatível com os valores necessários para 2012 (foi de 5,8% naquele ano, sem operações extraordinárias). Nos anos seguintes, o défice do 4.º trimestre situou-se no intervalo entre 9,3 e os 15,2% do PIB", afirmam os técnicos da UTAO.

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