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A maior manifestação desde o 1º de Maio de 74
As movimentações sociais têm-se multiplicado nos últimos anos em Portugal, com os crescentes protestos às desastrosas consequências da crise para o povo português.
Essas movimentações têm passado por greves, protestos locais, manifestações nacionais, normalmente organizadas pela CGTP, greves gerais e também por um novo tipo de mobilizações com algumas características diferentes e, de certa forma, inovadoras.
A manifestação da “Geração à Rasca”, de 12 de março de 2011, constituiu uma primeira grande explosão de contestação às condições de vida constantemente agravadas, nomeadamente para a geração mais jovem. E com ela surgiu este novo tipo de manifestações, em que o papel da internet e, em particular das redes sociais, é essencial.
O protesto nacional de 15 de setembro de 2012 constitui precisamente o ponto mais alto até hoje, deste novo tipo de movimentações.
Preparada com alguma antecedência, por um grupo variado de pessoas, que lançaram o apelo “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!”, o movimento foi ganhando vida na internet, conseguindo a adesão de mais de cem mil pessoas que, no facebook, disseram que iriam participar nas manifestações de 15 de setembro.
Chave para o seu êxito foi o momento em que decorreu: quando a contradição entre o Governo e a esmagadora maioria da população ficou muito clara, com o anúncio da alteração da TSU, e com as maiores divisões internas na própria maioria governamental.
Mas este tipo de movimentações sociais veio para ficar, marcando o combate popular à troika e à política de austeridade, tornando muitas vezes os protestos mais amplos e mais massivos.
Em 2012, e ainda antes de 15 de setembro, já tinham decorrido alguns protestos deste novo tipo, ainda que menos participados: ações lançadas por grupos mais informais, menos orgânicas e com um papel chave na mobilização através das redes sociais da internet.
A 21 de janeiro, alguns milhares de pessoas manifestaram-se na marcha da indignação, organizada pela plataforma 15 de outubro, pelo direito ao trabalho com direitos, contra as privatizações dos sectores estratégicos e pela suspensão do pagamento da dívida e por uma auditoria popular.
Em abril, muitas centenas de pessoas protestaram contra o encerramento da MAC (Maternidade Alfredo da Costa)em diversas concentrações e manifestações.
Depois do 15 de setembro, os protestos do povo português contra a troika e a austeridade ganharam novo impulso, e tiveram um ponto alto na Greve Geral de 14 de novembro. E novas manifestações de novo tipo vieram a realizar-se.
A 21 de setembro, muitos milhares de pessoas protestaram ruidosamenteem Lisboa, em frente ao Palácio de Belém, exigindo a demissão do governo e recordando que “eles são meia dúzia, nós somos milhões”. No Porto reuniu-se uma assembleia popular e houve concentrações em Faro, Viseu, Pombal, Leiria, Braga, Funchal, Aveiro, Bragança, Évora e Coimbra.
A 13 de outubro, dezenas de milhares de pessoas concentraram-se na marcha contra o desemprego organizada pela CGTP e dirigiram-se à Assembleia da República. À mesma hora, já milhares de pessoas participavam na inovadora e maior manifestação cultural que se realizou em Portugal, que teve lugar na Praça de Espanha, em Lisboa. Os protestos culturais decorreram em mais de 20 cidades.
No dia 12 de novembro a manifestação "A Merkel não manda aqui!" juntou centenas de pessoas em protesto contra a austeridade e a visita da chanceler alemã a Portugal.
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