Luís Monteiro

Luís Monteiro

Museólogo. Investigador no Centro de Estudos Transdisciplinares “Cultura, Espaço e Memória”, Universidade do Porto

Urge abrir um debate profundo sobre o financiamento do Ensino Superior Público e, consequentemente, uma alteração na política de propinas, no sentido de as eliminar de vez.

A afirmação de António Costa que "investigadores têm de ser integrados na carreira" merece clarificação e medidas concretas.

Desde 2010, o setor da ciência e do ensino superior foi o que, em percentagem, sofreu mais cortes.

O Diploma do Emprego Científico, plasmado no DL 57/2016 do Governo, propõe uma troca de bolsas precárias por contratos precários.

O problema da praxe não começa nem termina na sua prática. A praxe, mais do que um ritual ou uma “tradição”, é uma forma de encarar a vida.

Na AR, o PS votou ao lado de PSD e CDS e impediu aprovação das propostas do PCP e do Bloco sobre o valor das propinas no Ensino Superior Público.

Pela primeira vez, ao fim de duas décadas onde a praxe hegemonizou o espaço da chamada “vivência académica”, temos a oportunidade de ensaiar modelos alternativos que recebam os novos alunos.

Findo este ano letivo, impõe-se a pergunta à comunidade académica: começamos agora a trilhar um novo rumo para o ensino superior ou vamos estar, como escreveu Samuel Beckett, Eternamente à espera de Godot?

Tenho para mim que a ideia de que existe uma praxe boa é puro voluntarismo sem efeitos práticos. A praxe representa um mecanismo distorcido de integração a partir da exclusão.

Passados oito anos do início da crise financeira, a Islândia torna-se, novamente, notícia na Europa e no mundo. O governo islandês está novamente manchado por escândalos financeiros.