As queixas que começaram a bater à porta das reitorias resumem casos de insulto permanente, exclusão social por parte de docentes, insinuações sobre a presença das brasileiras no país, tratamento inferior em residências estudantis.
Está na hora de assumir que a Ciência precisa de financiamento a sério e que não é num modelo que entrega migalhas de concurso em concurso que vai criar robustez e dignidade ao setor e ao trabalho dos seus profissionais.
O espírito crítico que compõem a missão universitária tem hoje duas grandes tarefas: não negar a evidência científica sobre a Covid19 e combater o discurso mesquinho da responsabilidade individual enquanto alfa & ómega do aumento do número de contagiados.
A política de propinas cria obstáculos no acesso à formação superior para as famílias de rendimentos baixos e médios, desincentivando a formação superior num país que já conhece a desigualdade no acesso a tantos direitos e bens públicos.
O período de confinamento a que estivemos todos sujeitos (incluindo a comunidade académica) podia e devia ter servido de alarme para o ano letivo que agora inicia ter sido preparado com outra prudência e antecipação. Da parte do Governo, foi uma oportunidade perdida.
Todos os estudantes nacionais e internacionais que não conseguiram pagar as propinas neste semestre por causa da crise da Covid-19, poderão pagar mais tarde sem que lhes seja negado o acesso a todos os atos académicos.
A novidade trazida pela pandemia é que o Estado é chamado a meter dinheiro para salvar a empresa, mantendo-se sem poder de decisão sobre a estratégia. Trocado por miúdos, paga mas não manda. Inaceitável.
O comentador de futebol do Benfica que se tornou deputado à Assembleia da República pediu medidas especiais para o confinamento da comunidade cigana. “O populismo racista do André Ventura apenas serve para virar homens contra homens...”, respondeu Quaresma