Sandra Cunha

Sandra Cunha

Feminista e ativista. Socióloga.

O Governo que já não consegue esconder a sua matriz conservadora e tenta mascarar a homofobia que o caracteriza com os direitos da criança.

Portugal está melhor. Para um punhado de gente sem escrúpulos que acha que pode espezinhar todo um país em proveito próprio. Mas os portugueses e portuguesas, estariam infinitamente melhor sem Passos.

E se um dia a diversidade não fosse passaporte para o desrespeito, a discriminação ou a violência?

Pela primeira vez o casamento homossexual foi aprovado por referendo. Aconteceu na Irlanda, no passado dia 22 de Maio. O sim obteve mais de 62% dos votos. Os irlandeses estão de parabéns. Em Portugal continuaremos a exigir o direito à adoção por casais homossexuais.

Prometem mais do mesmo. PSD e CDS juntinhos num casamento de conveniência. Responderemos com a voz do povo. Começaremos já no dia 1 de Maio. Pelo direito ao trabalho. Pelo direito à esperança.

Impressiona ver que exista ainda quem continue a insistir que as propinas não afastam estudantes do ensino superior. É o caso do Reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, que considera que não são 1.066 euros que retiram estudantes das universidades.

Voltaram a ser chumbados na Assembleia da República, os projetos lei sobre a coadoção e adoção por casais do mesmo sexo. Mais uma vez vingaram o preconceito e a hipocrisia.

Tudo serve para que cada um de nós possa atenuar a fome das crianças e oferecer-lhes um Natal melhor. Esquecemos que o Natal são dois dias e que a 26 de Dezembro as crianças continuarão a ser pobres e a ver os seus direitos impiedosamente negados e pisados.

No ano passado, o universo de crianças e jovens para quem adoção se afigurava como a possibilidade de saída do sistema de acolhimento totalizou 1.412. Mas para apenas 491 foi decretada uma medida de confiança com vista a futura adoção.

Porque é que precisamos do Feminismo? Porque é preciso acabar com todas as discriminações e desigualdades. Porque é urgente erradicar a violência contra uma parte da população baseada no sexo com que nasceu. Porque exigimos as mesmas oportunidades, o mesmo respeito e a mesma dignidade que é concedida aos homens.