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RTP: CT acusa administração da empresa de estar “empenhada numa caça às bruxas”

A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP defende que o Conselho de Administração (CA) deve explicações “à generalidade dos trabalhadores e à opinião pública”. O ex-diretor de Informação da estação pública, Nuno Santos, está atualmente impedido de entrar nas instalações da RTP. Na próxima segunda feira, pelas 15h, a CT promove um colóquio intitulado “Caso Brutosgate".
Alberto da Ponte, Presidente do Conselho de Administração da RTP. Foto de Manuel de Almeida, Lusa.

Num comunicado de imprensa intitulado “Informação independente sim, caça às bruxas não!”, publicado na página da Comissão de Trabalhadores da RTP no facebook, a CT sublinha que “o caso já adquiriu uma tal repercussão pública e tais implicações políticas, que o CA não pode, em caso algum, entrincheirar-se num silêncio comprometedor”, adiantando que o “CA deve explicações, não especialmente a esta CT, mas à generalidade dos trabalhadores e à opinião pública”.

Mediante os dados conhecidos até à data, e o silêncio do CA da RTP, a CT conclui que “depois de se ter apurado a existência de uma grave violação de princípios legais e deontológicos ('Caso Brutosgate'), se diluiu todas as responsabilidades do facto numa espécie de culpa coletiva (com a exceção de Nuno Santos)”, e que, e “até prova em contrário”, agora “se avança para um processo disciplinar, não por essa grave violação de preceitos, mas por um delito de opinião”.

“Se isso fosse verdade”, adianta a CT, “estaríamos de futuro perante a invocação de um suposto dever de lealdade às suas administrações por parte dos declarantes que forem chamados a comparecer perante as comissões parlamentares competentes”.

“Ora, o dever legal de dizer perante essas comissões só a verdade e toda a verdade sobrepõe-se a qualquer dever de lealdade corporativa”, adverte a CT, salientando que este é “mais um motivo, portanto, para a urgência de o CA se explicar, nomeadamente perante o parlamento que de outro modo terá sido tão insultado pelo processo como o próprio réu”.

“São conhecidos vários mecanismos do processo decisório que pesam sobre as opções editoriais”, refere ainda o documento, avançando que “se a estes mecanismos se juntarem agora as aparências do que Nuno Santos classificou como 'saneamento político' e, para cúmulo, a realidade de um processo disciplinar baseado em afirmações produzidas no parlamento, então será forçoso concluir que o CA está mesmo empenhado numa caça às bruxas”.

“E será o momento de pôr um travão a essa empresa”, alerta a CT.

Nuno Santos impedido de entrar nas instalações da RTP

Esta sexta feira, a administração da RTP comunicou ao ex-diretor de Informação da estação pública, Nuno Santos, a decisão de suspendê-lo preventivamente de funções e a abertura de um processo disciplinar.

Segundo confirmou uma “fonte oficial da administração da RTP” ao jornal Expresso, Nuno Santos estará, inclusive, impedido de entrar nas instalações da empresa até ao desfecho do processo.

CT promove colóquio "Caso 'Brutosgate"

Na próxima segunda feira, dia 10 de dezembro, pelas 15h30, a Comissão de Trabalhadores da RTP promove um colóquio intitulado "Caso 'Brutosgate - perspetivas jurídicas e deontológicas", que terá lugar no Auditório Marechal Gomes da Costa e que contará com intervenções de Vasco Marques Correia, presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, Guilherme da Fonseca, Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional (jubilado), Garcia Pereira, advogado, e dos jornalistas Adelino Gomes e Cesário Borga.

 


 

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