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Morreu Joaquim Benite, militante do teatro

Joaquim Benite, encenador, jornalista, crítico e encenador de teatro, morreu esta 4ª feira. Tinha 69 anos. Integrou as redações do Diário de Lisboa, O Século e O Diário, mas a sua figura fica associada antes de mais aos palcos, como encenador e diretor da Companhia de Teatro de Almada (CTA) e do Festival de Teatro de Almada.
Como encenador, deu os primeiros passos com o Grupo de Campolide, que fundou em 1970, levando à cena textos que escapavam ao conformismo da programação institucional ou aos interesses comerciais dos espetáculos de revista. Nos 40 anos seguintes, procurou a difusão de um teatro rente ao público, que se envolvesse na comunidade e confrontasse os espectadores com o seu dia a dia. Foi também por essa razão que, em 1978, se mudou de Lisboa para Almada onde, desde então, foi capaz de criar e consolidar um público fiel ao trabalho da CTA, ao mesmo tempo que instituiu aquele que é um dos mais importantes festivais internacionais de teatro da atualidade. Desde 1984 que, todos os anos entre 4 e 18 de Julho, Almada se torna o ponto de cruzamento de dramaturgias e profissionais do teatro, numa programação que sempre se esforçou por desafiar o espectador sem o hostilizar.
Joaquim Benite encenou peças de dezenas de autores, clássicos e contemporâneos, trouxe a Portugal companhias e encenadores que marcaram a história recente.
Viu o seu trabalho premiado em distintas ocasiões e foi distinguido por instituições nacionais e, fora de Portugal, pelo Governo francês e pelo rei de Espanha.
Foi um homem do teatro em toda a sua grandeza e cidadania.
O velório de Joaquim Benite decorre a partir das 18h desta quarta feira na Capela de Santa Joana Princesa e o funeral Joaquim Benite realiza-se nesta quinta-feira, às 14h45, para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
Texto de Nuno Casimiro para esquerda.net
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