You are here

Gaza: Trégua anunciada após escalada do conflito

A proposta egípcia para um cessar-fogo já teve luz verde do Hamas e de Israel. Os bombardeamentos israelitas a Gaza duraram toda a noite e na manhã de quarta-feira um atentado num autocarro em Telavive fez mais de 20 feridos. Israel respondeu com mais bombas e o balanço a meio do dia era de 20 mortos do lado palestino.
Sucedem-se as manifestações de solidariedade com Gaza. Na foto, protesto em São Francisco, nos EUA. Foto AFSC Photos/Flickr

Ao fim de um dia marcado pela agudização do conflito na faixa de Gaza, o governo egípcio anunciou que o cessar fogo terá efeito a partir das 19h de Lisboa. Segundo a agência Reuters, Israel irá suspender os bombardeamentos mas irá manter o bloqueio a Gaza. Nenhum documento será assinado entre as partes, que se comprometeram a não desenvolver ações ofensivas. As negociações no Egito poderão então prosseguir para uma nova fase com vista a um acordo mais amplo sobre Gaza. O acordo contou com a mediação do Egito e dos Estados Unidos, com a presença de Hillary Clinton ao lado do responsável pela diplomacia do Cairo na conferência de imprensa de anúncio da trégua. Por seu lado, o primeiro-ministro israelita Netanyahu afirmou que só deu luz verde à iniciativa após ter falado ao telefone com Bakack Obama.

A noite de terça-feira em Gaza voltou a ser marcada pelas explosões provocadas pelos bombardeamentos de Israel. Mais de cem objetivos dos militares israelitas foram atingidos, incluindo um prédio onde estão instalados meios de comunicação internacionais. O balanço feito ao meio dia de quarta-feira é que desde o início do ataque de Israel morreram  pelo menos 145 palestinos, na sua maioria civis, e mais de 1100 feridos.

A continuação do ataque militar surgiu após ter nascido a esperança de um cessar fogo em vigor já esta quarta-feira, após negociações entre as duas partes, com a intervenção do primeiro-ministro egípcio e do ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia. Também Hillary Clinton esteve em Jerusalem e na Palestina, antes de seguir para o Cairo, onde manteve contactos com o presidente Mohamed Morsi.

A resposta aos bombardeamentos surgiu através dum atentado à bomba num autocarro em Telavive, que fez mais de 20 feridos e levou à resposta militar israelita, com uma nova vaga de bombas sobre Gaza.

Ao longo do dia, antes do anúncio da trégua, o Hamas dizia que "todas as possibilidades estão em aberto" e Israel, através duma entrevista do porta-voz do governo Mark Regev, era mais taxativo. "Não tenho nenhuma dúvida que o Hamas ficaria encantado em ganhar tempo para poder descansar e rearmar-se, e então teríamos mais mísseis sobre Israel daqui a uma semana ou um mês. Nós não estamos interessados nisso", afirmou Regev.

Entretanto, a vaga de solidariedade internacional com Gaza mantém-se em vários países, com concentrações de protesto contra o massacre da última semana. Em Lisboa, realizou-se uma concentração no Rossio na terça-feira à tarde, onde participaram dezenas de pessoas que contaram com o apoio de muitos escoceses que ali se encontravam em clima de festa, antes do jogo de futebol da Liga dos Campeões. E esta quinta-feira há nova concentração a partir das 18h em frente à embaixada israelita, convocada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação e Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente.
 

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Internacional
(...)