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Tragédia do Prestige: “Nada mudou”, alertam Catarina Martins e Plataforma “Nunca Mais”
Realizou-se neste sábado em Matosinhos sessão “Prestige – 10 anos depois”, com a coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins e Bieito Lobeira da Plataforma Nunca Mais da Galiza.
Segundo a agência Lusa, Catarina Martins afirmou à comunicação social: “As condições que existiam há 10 anos mantêm-se. Continuam a circular petroleiros com monocasco. Continua uma desarticulação das autoridades europeias. Nada foi feito e portanto é um risco que continua sobre as nossas cabeças”.
A deputada do Bloco frisou que “o julgamento vai começar só agora [teve início há um mês no tribunal], os responsáveis políticos continuam impunes e continuam a navegar barcos monocasco com fuelóleo nas águas internacionais pondo em risco o ambiente”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda sublinhou que “numa altura em que a crise económica leva a esquecer todos os problemas ambientais é importante lembrar a tragédia do Prestige” e destacou o abandono da comissão nacional da Reserva Ecológica Nacional pelas organizações ambientais perante declarações recentes da ministra do Ambiente, Assunção Cristas.
“Tantas coisas que estão a acontecer neste país neste momento em que o ambiente está sempre a ficar em segundo lugar”, lamentou Catarina Martins.
Bieito Lobeira da Plataforma Nunca Mais lembrou que cerca de 14.000 embarcações atravessam o litoral português e galego carregando “mercadorias perigosas, fundamentalmente petróleo e derivados”. Sublinhou ainda que “é fundamental lembrar, não esquecer, não só por uma questão de saudade ou nostalgia, mas para forçar as autoridades políticas portuguesas, espanholas, galegas, europeias a adotarem as medidas corretoras” necessárias.
O petroleiro Prestige foi apanhado numa tempestade ao largo do Cabo Finisterra, a 13 de novembro de 2002, e sofreu um rombo de 35 metros no casco, dando origem ao derrame de 50 mil das 77 mil toneladas de fuelóleo que transportava.
Horas depois do rombo sofrido no monocasco, o navio liberiano com pavilhão das Bahamas chegou a passar junto à costa galega, tendo navegado depois para norte e em seguida para sul, na direção de águas portuguesas.
Acabou por se afundar seis dias depois, a 270 quilómetros da costa da Galiza, com a Marinha portuguesa a seguir a presença do navio de perto.
Mais de 2.600 quilómetros da costa espanhola - não só na Galiza - foram afetados nos meses seguintes ao acidente, numa maré negra que, só por acaso, não atingiu a costa portuguesa, devido ao efeito das correntes.
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