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Escolas encerradas por todo o país

A greve geral desta quarta-feira encerrou muitas escolas e, pelo menos no Norte, está a ter uma adesão superior à última paralisação. No ensino superior sabe-se, por agora, que a Faculdade de Letras da Universidade do Porto teve uma adesão à greve de 90 por cento e que Universidade dos Açores está fechada. Mário Nogueira, da Fenprof, disse que "a exceção" são as escolas abertas.
Escola Secundária de Camões, Lisboa - Foto de Rui Bento

Na zona de Lisboa e Vale do Tejo são dezenas as escolas e agrupamentos encerrados esta manhã. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) está a fazer uma atualização permanente na sua página de Internet (ver aqui). Às 13h havia mais de uma centena de escolas encerradas na área do SPGL.

Manuel Grilo, dirigente do SPGL, revela que há estabelecimentos de ensino, como a secundária Camões, abertos mas sem aulas a decorrer porque a maioria dos professores aderiram à greve nacional, cita o Público. Outras escolas estão encerradas por falta de comparência do pessoal não docente.

Escolas como a dos Olivais, Gil Vicente, Marquesa de Alorna ou Escola de Música do Conservatório Nacional, todas em Lisboa, estão encerradas. Também não abriram as suas portas a secundária de Cacilhas, Costa da Caparica, Trafaria ou José Afonso, no Seixal. Na Amadora, em Loures e em Vila Franca de Xira também há estabelecimentos encerrados. A greve chegou também a algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social como o Externato Santa Joana, em Sesimbra, a Voz do Operário ou à Associação de Actividades Sociais Bairro 2 de Maio, ambas em Lisboa.

O Sindicato dos Professores do Norte, afeto à Fenprof, ainda não fez as suas contas mas a dirigente Manuela Mendonça calcula que “a resposta seja superior à da última greve”, cita o Público. Por exemplo, em Gaia, revela o professor João Paulo Silva ao mesmo jornal, as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos de Canidelo, Valadares e Gervide estão encerradas, assim como a EB2, 3 e Secundária de Canelas. As outras estão abertas mas verifica-se que há menos carros estacionados e muitos alunos a brincar nos pátios, o que quer dizer que haverá pessoal docente e não docente em greve, informa.

Ao Sindicato dos Professores da Zona Sul continuam a chegar informações de Beja, Évora e Faro. Dezenas de escolas do 1.º ciclo ao secundário encerraram por falta de funcionários docentes e não docentes, informa Joaquim Páscoa, presidente do sindicato. Também a Universidade de Évora tem alguns sectores fechados, acrescenta. “Os dados ainda não são definitivos mas temos tido uma boa resposta por parte dos professores. Seria preferível uma adesão de 100%”, conclui.

Escolas fechadas também nos Açores

Uma hora de diferença do continente faz com que no arquipélago dos Açores o Sindicato dos Professores da Região dos Açores ainda não tenha feita a contabilidade do número de escolas encerradas. Contudo, Fernando Vicente, sindicalista na ilha Terceira, sabe que em Angra do Heroísmo a EB1 e as secundárias de Tomás de Borba e Jerónimo Emiliano de Andrade (o antigo liceu da cidade) não abriram as portas. Em São Miguel, as secundárias de Ribeira Grande e de Lagoa também permaneceram fechadas. 

…e na Madeira

No arquipélago da Madeira, Sofia Canha, presidente do Sindicato dos Professores da Região da Madeira fala numa adesão de 25% à greve. “Poucas escolas encerraram, algumas estão abertas com os serviços a funcionar mas sem professores”. A adesão “não é a desejável”, confessa a dirigente. “O ideal era que os professores tomassem uma posição mais forte. Os professores não estão resignados mas devido a situações de alguma complexidade financeira das famílias, não aderiram”, explica Sofia Canha.

A "exceção" são as escolas abertas 

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, estima que o número de escolas encerradas nesta jornada de luta é três vezes maior do que na última greve geral, sendo agora “exceção” os estabelecimentos de ensino que estão abertos. Toda a informação sobre escolas encerradas aqui.

"A nível de escolas fechadas regressámos aos níveis mais elevados de sempre nas grandes cidades como Lisboa, Porto, Coimbra ou Faro. As escolas estão todas fechadas em Olhão. Um pouco por todo o país temos um nível de adesão que levou a que a grande esmagadora maioria das escolas do primeiro ciclo encerrasse", resumiu o sindicalista em declarações à Lusa, à porta da Escola Secundária Gil Vicente, no bairro lisboeta da Graça, que também está encerrada.

A greve geral iniciada às 00:00 de hoje traz um "dado novo" no que toca à adesão por parte de professores e funcionários das escolas, que é a adesão dos diretores. “Estamos a encontrar muitos diretores que hoje também estão em greve. Muitos deles tinham participado nos plenários e já tinham declarado que iam participar, tendo apelado a que os colegas também o fizessem”, contou Mário Nogueira.

Universidades quase vazias

No ensino superior registava-se logo de manhã uma significativa adesão à greve, em particular entre os docentes das universidade e institutos politécnicos, segundo indicou Rui Salgado, Coordenador do Departamento Ensino Superior e Investigação da Fenprof.

O dirigente sindical informou que em Évora a participação dos docentes na greve é de 70%, que as Universidades do Algarve e Coimbra “estão quase vazias” e que a Universidade da Beira-Interior tem mesmo um dos pólos encerrados. A Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, está encerrada.

Na Faculdade de Letras da Universidade do Porto a adesão à greve é de 90 por cento. À porta da faculdade esteve um piquete de greve composto por estudantes e também ativistas do núcleo dos Precários Inflexíveis no Porto.
 

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