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Europa: greves e manifestações marcam jornada de luta em vários países

Segundo os dados disponíveis, a greve geral na Bélgica paralisou os caminhos-de-ferro, afetando as ligações internacionais para França, Alemanha e Holanda. Grécia e Itália iniciam paralisações de 3 e 4 horas. No Reino Unido, várias companhias aéreas cancelaram voos internacionais. Convocadas manifestações na Alemanha, França e Polónia.
Protesto em frente ao edifício da Comissão Europeia, Bruxelas, esta manhã. Foto de Cláudia Oliveira.

Esta quarta-feira, a Bélgica vive também um dia de greve geral, juntando-se à jornada de luta europeia contra a austeridade que conta com greves gerais em Portugal e Espanha, e greves parciais na Grécia e em Itália.

Segundo os dados disponíveis, sabe-se que os caminhos de ferros belgas registam muitas perturbações, estando afetadas, particularmente, as ligações internacionais.
Esta manhã, um comboio de alta velocidade Thalys, procedente de Amsterdão, levando mais de 300 pessoas, ficou preso em Bruxelas, na Estação do Norte, devido à greve dos ferroviários. O comboio dirigia-se para Paris.

Entre a Bélgica e a Alemanha foram cancelados todos os comboios de alta velocidade previstos para esta quarta-feira.

British Airways obrigada a cancelar voos para Portugal e Espanha

No Reino Unido, as companhias aéreas foram obrigadas a cancelar voos, devido às greves  anti-austeridade marcadas em vários países da Europa.

A British Airways já cancelou oito voos de ida e volta, entre Londres/Madrid e Londres/Barcelona, bem como dois outros voos de regresso a Lisboa, em Portugal.

Grécia inicia greve de 3 horas contra a austeridade

Na Grécia, onde na semana passada os trabalhadores realizaram uma greve geral de dois dias, inicia-se esta quarta-feira uma greve parcial de três horas contra a austeridade e em solidariedade com a jornada de luta europeia.

O protesto "contra as políticas destrutivas neoliberais impostas na Europa para matar pessoas e países, em nome da chamada crise da dívida" foi organizado pelas principais confederações sindicais gregas, GSEE (setor privado) e ADEDY (funcionários público), e ainda pelo sindicato dos trabalhadores municipais (POE-OTA), sendo que este último manterá greve até quinta-feira.

Pelo menos meia dúzia de edifícios públicos foram ocupados em protesto contra o anunciado despedimento de 25 mil funcionários até ao final de 2013 e vários municípios começaram uma campanha de desobediência contra o governo, recusando-se a enviar a lista de candidatos para a demissão.

Os advogados e juízes também participam na greve, mantendo-a ao longo da semana. Professores de todos os níveis de ensino param esta quarta-feira para denunciar a queda dos salários, o encerramento anunciado de 2 mil escolas e cortes no orçamento da educação. Durante as três horas da greve, os hospitais públicos manterão apenas os serviços de urgência e os jornalistas só trabalham para fazer a cobertura dos protestos.

Os comboios irão parar, embora os transportes urbanos de Atenas continuem a funcionar para assegurar o transporte das pessoas para as manifestações.

Dia de greve e protestos em Itália

No dia da jornada de luta europeia, estão marcadas greves e numerosas manifestações em Itália. Durante a greve nacional, ferroviários e trabalhadores dos transportes marítimos irão parar entre as 14h e as 18h (hora local). As greves foram convocadas pela maior central sindical italiana, a CGIL , em protesto contra a austeridade. O protesto não inclui as regiões da Toscânia e Umbria, que lidam neste momento com inundações.

Em Roma, a maior manifestação prevista foi organizada pela CGIL e também pela COBAS, no âmbito do "Dia Europeu de Ação e Solidariedade" e esperam-se milhares de pessoas. Na capital terá lugar também um protesto organizado pelos estudantes.

Manifestações convocadas na Alemanha, França e Polónia

No dia da jornada de luta europeia, a Alemanha, a França e a Polónia juntam-se ao protesto e em solidariedade com os países em greve geral.

Na Alemanha, por exemplo, a federação sindical DGB convocou protestos por todo o país, incluindo em Berlim e Frankfurt.

"Por agora, são principalmente as pessoas do sul da Europa que sofrem por causa de uma crise da qual eles não são responsáveis. Mas as consequências, certamente, serão sentidas no resto da Europa", disse um responsável sindical alemão.
 

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