Uma boa história começa sempre com uma tragédia: o convite endossado por Passos Coelho e as políticas devastadoras da Troika iraram e revoltaram muitos que viram hipotecado o seu presente e futuro.
Motivo de perplexidade generalizada, os tiques de totalitarismo do regime britânico apenas surpreendem todos os que não vivem o Brexit como pano de fundo do dia-a-dia. No reino do Far, Far Away, vale tudo, até Boris.
A última semana mostrou um movimento ímpar de enfermeiros; não é uma revolta por problemas novos ou mudanças abruptas, mas uma exaustão sem retorno de promessas nunca cumpridas.
A precariedade é a laceração que começou minúscula e hoje fere fatalmente: a mudança do paradigma na relação de trabalho conduz a uma instabilidade nunca antes vista, fazendo dos enfermeiros meros prestadores circunstanciais.
Há vários números em que me insiro: sou um dos 110.000 portugueses que em 2014 foram expulsos do seu País, tantos quantos em 2013, e mais ainda neste ano ainda não findado.
Partimos sem contrapartida, sublinhando em tantas paragens a imagem de um país que não nos quis: o brilhantismo dos que partem e a ignorância dos que os instigam a partir.
Todos fugimos de algo; todos nos refugiamos de guerras, sejam elas de armas ou não; todos somos foragidos de leis destinadas a amputar-nos da esperança e do sonho.
Amo-te por seres o país que lembra que é o povo quem mais ordena e a vontade vence mais batalhas que as balas. Mas odeio-te porque és tu que mais se esforça por fazer esquecer que um dia todos saíram às ruas para ousarem ter esperança e liberdade.