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PS faz fogo contra o Bloco
A intenção de reduzir o número de deputados à Assembleia da República, anunciada pelo líder do PS a 5 de Outubro, rasga acerca disso todas as promessas do PS em muitos anos. Mesmo quando o PS tentou ensaiar engenharias eleitorais várias de combinação de círculos uninominais e um círculo nacional, posteriormente admitia círculos regionais de apuramento e círculos uninominais de candidatura, etc., garantia sempre que não aceitava mexer na composição do parlamento. Percebe-se porquê… Porque a redução do número de deputados diminui sem apelo nem agravo a proporcionalidade na conversão dos votos populares em mandatos. Isso quer dizer muito sobre o modo administrativo como os maiores partidos em termos eleitorais querem baixar a representatividade dos partidos com menor expressão. O objetivo é claro: o de conseguir maioria absoluta de deputados com menos votos do povo. É simples, roubam-se deputados aos outros pelo efeito dum maior quociente eleitoral, dos votos perdidos sem eleger deputados, e da pressão para o voto dito útil, ou seja, aquele voto que possa ser mais evidente a sua conversão em mandato.
Isto é um truque e um golpe de palácio no sistema eleitoral facilitando artificialmente maiorias para governar.
Também é sintomático que o PS tenha feito esse anúncio sob o pretexto populista e reacionário de que há deputados a mais, campanha ligada à extrema-direita anti-parlamentar e que hoje colhe simpatia popular pelo desespero social fomentado pelas política da troika.
Em todo o caso, Seguro ressente-se da incomodidade pela censura ao Governo que na véspera BE e PCP tinham protagonizado no parlamento, quedando-se o PS pela abstenção e achando que Passos Coelho e Paulo Portas devem continuar a governar. Sem disfarces nem estados de alma, o PS fez fogo contra os partidos à sua esquerda no momento em que o país combate o austeritarismo de direita e a injustiça e abuso das medidas do governo. Neste exato momento, veja-se bem, Seguro quer fazer um acordo com o PSD para obter os 2/3 de votos na AR e assim rever a lei eleitoral. Na dúvida, Seguro respondeu também a todos e todas aqueles que apelam genuinamente à convergência das esquerdas. Ouvi dizer a pessoas bem intencionadas que os partidos deviam sair das suas trincheiras. Não comento aqui a bondade do argumento. Registo que no próprio 5 de Outubro veio fogo do Largo do Rato. Uma coisa é certa: o PS vai apanhar com o Bloco pela frente juntamente com todos os democratas antigolpistas.
Comments
Além de, evidentemente, fazer
Além de, evidentemente, fazer uma campanha contra esta intenção celerada do PS (mais uma), talvez não fosse má ideia o Bloco considerar promover uma Assembleia paralela, que reunisse e coordenasse sindicatos, comissões de trabalhadores, assembleias populares, clubes e associações de bairro, de precários, de desempregados, enfim: todas as formas de organização da população trabalhadora que, perante a falência do Estado em garantir um mínimo de bem-estar social, possa vir a constituir uma alternativa à forma como este Estado está organizado para nos lixar.
Era engraçado que eles
Era engraçado que eles reduzissem o número de deputados, depois o governo caia e vocês e o PCP conseguiam uns 30% nas eleições, isso é que era bonito de se ver.
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