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Da crise e as formas de a superar

Os dados da execução orçamental dão conta de um país a ser empurrado para o fundo pelas políticas de austeridade. As receitas fiscais, mesmo depois de todos os aumentos de impostos, ficam muito aquém das previsões oficiais e as contas públicas afundam-se. O défice do primeiro semestre atingiu os 6,8% e prevê-se que a dívida pública chegue aos 123,7% do PIB em 2013. O calvário da austeridade não tem fim e os sacrifícios, que nada revolveram, batem sempre as mesmas portas. Insistir nesta política, é insistir na destruição do país.
O Bloco apresentou caminhos para a saída da crise: a renegociação da dívida pública é uma urgência nacional. Em 2012 iremos pagar mais em juros da dívida pública do que no orçamento do Serviço Nacional de Saúde ou da Escola Pública, demonstrando a inversão das prioridades. O João afirmou que a solução é a reestruturação da dívida pública, cortando no abuso e na especulação, ajustando o pagamento da dívida ao crescimento económico. Desta forma, o país ganha força para ter investimento público capaz de dinamizar a economia e criar emprego. O Bloco responde ao essencial e essa resposta permite também a criação de novas pontes à Esquerda. Assim se viu na votação desta proposta.
A resposta do Governo é outra: insiste na austeridade e no assalto aos rendimentos das famílias, no ataque aos salários ou subsídios, ou até na criação de novas taxas. O Luís acusou o governo de deixar o país suspenso enquanto não apresenta as alternativas que irá propor às alterações da Taxa Social Única. O silêncio das bancadas da direita confirmou que o governo prefere falar com a troika, do que falar com o país. A Cecília lembrou o PSD das suas promessas eleitorais de não aumento de impostos, nem de cortes nos salários, e o incómodo na maioria foi claro. A palavra eleitoral da maioria foi, afinal, pura demagogia, pois nada tem a ver com a sua governação. O seu silêncio atual só pode ser entendido enquanto peso na consciência.
Os ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio voltaram a encher as galerias da Assembleia da República, clamando pela Justiça que lhes tem sido adiada desde 1995. O Bloco reconhece os direitos dos ex-trabalhadores da ENU e agendou este debate, defendendo o direito de uma indemnização por doença profissional. Foi mais um passo, numa luta que já vai longa, e que desta vez foi adiada pela imposição do PSD e CDS. Mas, a marcha da razão é imparável e isso tem sido bem demonstrado pela luta destes trabalhadores, como a Mariana frisou.
O reordenamento da rede escolar foi tema de debate, com a Ana a sair em defesa da Escola Pública, demonstrando os retrocessos que este governo tem realizado. O debate partiu da situação do município de Paredes para o todo nacional, demonstrando que tem sido um processo de imposição e de criação de mais irracionalidade na estruturação da escola pública. A poupança forçada que o governo quer fazer, está a hipotecar o futuro e sai muito mais cara ao país.
A semana terminou com todo o grupo parlamentar presente na concentração da CGTP no Terreiro do Paço. Como a Catarina já tinha afirmado, o recuo do governo na TSU não pode ser substituído por ataques aos salários ou subsídios, as ruas de 15 de Setembro assim o disseram. No 29 de Setembro, o sentimento foi igualmente forte, mostrando que o povo não quer mentiras novas, para que tudo fique na mesma; as pessoas querem novas políticas que rompam com a austeridade e com a troika. O Francisco deu conta disso mesmo, dizendo que um governo que não escuta as pessoas é um governo que está em guerra com o país. Este governo está morto e de nada adiantam quaisquer promessas de remodelações governamentais: não há novo fôlego para quem já não respira.
Comments
entao o bloco propoe
entao o bloco propoe crescimento através de mais investimento publico? de onde julgam que vem o dinheiro para esse investimento? não vem exactamente das mesmas actividades que tanto criticam? banca e lucros dos privados? ou julgam que sao os impostos dos trabalhadores dependentes que financiam os gastos publicos? não entendo as criticas nem as medidas que propõe porque sao claramente impossiveis de por em pratica a nao ser a custa do aumento continuo da divida e crescimento artificial da economia através de investimento publico, sendo que as empresas privadas que sao quem realmente pode criar riqueza para o pais e melhorar a vida das suas populações de forma directa e real, precisa de condiçoes mais competitivas em termos laborais e fiscais. Nao entendo as politicas de esquerda. Quais sao os exemplos de paises desenvolvidos e ricos que podem apontar com as medidas de esquerda?
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