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Patrões acusam Borges de ser "pirómano"

Ainda prossegue a polémica por causa da medida do Governo chumbada pelos protestos de 15 de setembro, que tirava salário dos trabalhadores para dar aos patrões, através da transferência das contribuições para a segurança social. António Borges, o ex-quadro do Goldman Sachs e do FMI que Passos Coelho contratou para negociar a venda de várias empresas públicas, veio em defesa da medida, acusando os empresários que a criticaram de ignorância.
“Que a medida é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou Borges perante uma plateia de empresários e economistas em Vilamoura. “Parece que voltámos todos ao Marxismo: o capital é uma coisa má, temos que o destruir”, referiu, criticando o facto de as pessoas dizerem que “não podem ajudar o capital”.
Citado pela agência Lusa, Borges reconheceu que o efeito da medida seria a perda do poder de compra e acrescentou que quem acha que "o programa de ajustamento português se faz sem apertar o cinto, está com certeza um bocadinho a dormir".
A resposta não se fez esperar da parte dos patrões, com António Saraiva, da CIP, a dizer que se o consultor de Passos Coelho “chama ignorante a esta camada de gente que arrisca, cria emprego e riqueza, então o António Borges não teria competências para entrar nas nossas empresas”, declarou. Para o representante dos patrões, Borges "não passaria na seleção dos recursos humanos das empresas, porque só tem um determinado conhecimento e não tem uma visão alargada”.
“Já nos bastam os pirómanos que andam a incendiar a situação portuguesa, para ainda termos outros que esperávamos que fossemos bombeiros que, afinal, também são incendiários”, criticou António Saraiva, aconselhando Borges que "antes de produzir afirmações, tenha o bom senso de refletir, porque um ser humano adulto com as responsabilidades que ele tem, convém ter bom senso e moderação”.
Outra reação dos meios patronais veio do presidente da Logoplaste, Filipe de Botton, dizendo que o consultor do Governo "nunca trabalhou na vida, nunca teve de pagar salários e não sabe do que está a falar", revelando "total ignorância do que é o tecido empresarial português" e uma "insensibilidade social perfeitamente inaceitável".
Também Francisco Louçã comentou as palavras de António Borges como "pura arrogância". "António Borges veio hoje dizer com aquela arrogância extraordinária que ele tem que os portugueses são estúpidos por não perceberem como era belo tirar um mês de salário aos trabalhadores para entregar aos patrões. Mas os portugueses perceberam-no a ele muito bem, e a Passos Coelho e Paulo Portas". Para Louçã "este Governo está perdido, estão a contar os dias para contar os ministros que ficam e os ministros que saem".
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Antonio Borges, rato atrevido
Antonio Borges, rato atrevido e mentiroso, é um dos mu'ltiplos piões que Goldman Sachs vai pondo no coração das diferentes instâncias europeias (Dragui na BCE) assim como o mais perto possi'vel dos governos. Mesmo postos de primeiros ministros como na Italia(Monti) e na Grécia(Papademos)são actualmente ocupados pelos agentes da hydra G Sachs! Enquanto os governos europeus, e não so', forem tão fracos mediocres poli’ticamente e se deixarem instrumentalisar por tais indivi'duos não ha' esperança para que algum dia se possa voltar a um qualquer suberania do nosso pai's. Hoje, apesar de tudo desvendados não devia ser tão difi'cil de os pôr fora de estado de destruir o estado democra'tico que tão dificilmente temos mantido. Vamos ler Maquiavel e os seus "Discursos da u'ltima década de Tito-Liveo", por exemplo, para gagnar o alento necessa'rio e escorraçar estes vermes que estão corroi’ndo as nossas sociedades e os nossas esperanças, condenando assim os destino dos nossos filhos e netos.
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