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Suspensão da formação para desempregados demonstra que o Governo “é que é feito de cigarras”

O deputado bloquista Pedro Filipe Soares defendeu esta segunda-feira, em S. João da Madeira, a propósito da anunciada suspensão de novas ações formativas para jovens e desempregados, que "o Governo é que é feito de cigarras" que não sabem gerir o país.
“Numa altura em que o país tem 1 milhão e 300 mil desempregados, o essencial seria o Governo ajudá-los a lançarem-se no mercado de trabalho", afirma Pedro Filipe Soares. Foto de Paulete Matos.

As declarações do deputado do Bloco eleito por Aveiro, Pedro Filipe Soares, referem-se às recentes afirmações do ministro da Administração Interna, que no domingo referiu que Portugal não pode continuar a ser "um país de muitas cigarras e poucas formigas" (ler mais aqui), e criticam a medida avançada pelo Ministro das Finanças que obriga a que todas as novas ações de formação ministradas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), previstas até final do ano, estejam agora suspensas e dependentes da assinatura da tutela.

Para o deputado, "o que o Governo demonstra com esta sua ação recente é que afinal é um Governo de cigarras que não sabem governar Portugal e que falham no essencial - já que, numa altura em que o país tem 1 milhão e 300 mil desempregados, o essencial seria ajudá-los a lançarem-se no mercado de trabalho", cita a Lusa.

Defendendo que "toda a incompetência do Governo fica bem patente perante a iniquidade de uma política como esta", Pedro Filipe Soares critica a medida que retira autonomia ao IEFP e "centraliza todas as decisões no ministro das Finanças, que se torna assim num centralista todo-poderoso, quando já foi demitido nas ruas, pelo povo".

"O Governo já foi demitido e ainda não se apercebeu"

"O Governo já foi demitido e ainda não se apercebeu", realça o deputado. "A demissão deu-se no dia 15 de setembro, mas o Governo ainda está a tentar dar sinal de vida, quando o povo já o considera morto".

Pedro Filipe Soares afirma que "Miguel Macedo passou do insulto dos ‘piegas' para o insulto das formigas, que diz que são poucas", enquanto Vítor Gaspar vem demonstrando que "o problema não é o de muitas cigarras e poucas formigas, mas sim de cigarras que chegam ao Governo e colocam em causa o que é preciso para as formigas terem acesso ao trabalho".

O deputado considera, por isso, que "estas políticas são um desastre, falham cada vez mais naquilo que é essencial e chegam a ser absurdas, como se pode ver por esta alteração legislativa, que obriga a que qualquer nova despesa [do Instituto do Emprego] tenha que ter uma assinatura do ministro das Finanças".

"Isso é impossível e impraticável", garante Pedro Filipe Soares. "O próprio Conselho das Finanças Públicas já deu nota da impossibilidade dessas medidas".

Para o parlamentar do Bloco, "percebe-se que esta é uma das áreas em que o Governo mais tem falhado" e a nova legislação demonstra "ao ponto a que este desastre chegou, quando ações essenciais como a formação para desempregados ficam suspensas até que o senhor ministre se digne olhar para um papel e assiná-lo".

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