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Bloco propõe confluência das oposições para apresentar moção de censura

Francisco Louçã anunciou este sábado em conferência de imprensa que o Bloco de Esquerda manifesta “a sua disponibilidade para a convergência ou confluência de todas as oposições numa moção de censura” ao governo, que represente “a voz do país contra o assalto aos salários e às pensões”. Esta foi a principal proposta aprovada – por unanimidade – pela Mesa Nacional do partido, que discutiu “o agravamento dramático da crise económica e social” do país e “a desagregação política do governo”.
O deputado do Bloco evocou a manifestação do dia 15 de setembro como sendo a resposta mais convincente e determinada à medida anunciada pelo primeiro-ministro de que todos os trabalhadores teriam de entregar aos patrões um mês do seu salário. A manifestação juntou tantos setores, que “o primeiro-ministro ficou sozinho”, disse.
Surgem, porém, novas ideias no governo de retirar mais um ou dois salários aos trabalhadores, ou duas pensões, no caso dos reformados, seja através de novos aumentos de impostos, seja por novas taxas e sobretaxas e outros ataques semelhantes. “Todas estas medidas, um ano depois, mostram que são totalmente incompetentes e inviáveis do ponto de vista social e economicamente irrazoáveis”, disse Louçã.
Apoio a uma greve geral
Assim, o Bloco de Esquerda apresentou uma agenda de três propostas, diz o comunicado apresentado aos jornalistas: primeiro, apoio à mobilização popular urgente; segundo, apoio a uma greve geral que junte todo o movimento sindical e que se alargue socialmente; e terceiro, recurso ao Tribunal Constitucional, moção de censura e combate no parlamento para apresentar alternativas claras.
Depois da derrota clamorosa que o forçou a desistir das alterações da TSU, o governo quer voltar a insistir em medidas tão graves como um enorme aumento de impostos, disse o coordenador do Bloco. “Então, é preciso ter a coragem de dizer que a única resposta que Portugal espera é a demissão do governo”. Por isso, o Bloco apresenta a todas as forças de oposição a sua disponibilidade completa para uma moção de censura que represente este clamor popular e esta exigência. “Todos por uma resposta contra a austeridade. Todos por uma resposta contra a troika. Todos por um país que viva decentemente”, concluiu Francisco Louçã.
Comments
É impressionate o oportunismo
É impressionate o oportunismo da esquerda numa manifestação de cunho inteiramente popular, declaradamente apátrida. Porque razão lhes é tão difícil entender isso?
Apátrida é que a manifestação
Apátrida é que a manifestação não foi. Pelo contrário, foi uma manifestação patriótica, em que o tema da soberania nacional foi recorrente. Talvez o Daniel quisesse dizer "apartidária," e isso foi. E com laivos de anti-partidarismo, o que é preocupante porque é o mesmo que dizer com laivos de fascismo.
Penso que quereria dizer
Penso que quereria dizer apartidária e não apátrida.
Mas pergunto, todos aqueles que estavam lá não tinham partido?? Então onde estavam eles quando este e outros governos foram eleitos? O que fizeram eles pela democracia e bom governo do país no passado? O que fez você no passado?
A esquerda esteve e estará sempre na rua a lutar pela democracia e justiça, sempre disse o que era preciso dizer, sem nada a esconder e por isso era sempre vista como o mau agoiro. Hoje, concretizam-se todos esses agoiros e somos vistos como oportunistas???
Os chamados ao PS são
Os chamados ao PS são inúteis. Qualquer um que tem 30% vai querer fazer a sua agenda mandado por um outro com 6%? Em que mundo vivem os companheiros?
A greve geral tem que ser pelo menos de dois ou mais dias, de maneira de afectar os lucros do capital. O resto é paisagem "democrática".
Somos um partido de ruptura ou fazemos parte do sistema como "radicais" aceites mas inofensivos?
Caro Patricio, Eu vivo no
Caro Patricio,
Eu vivo no mundo onde António José Seguro tinha endurecido o discurso contra o governo e afirmado que ia apresentar uma moção de censura, e agora já bateu em retirada e voltou a dizer que cumpre o memorando da troika. Nesse mundo, o apelo do Bloco parece-me fazer todo o sentido. Saudações.
Já é tempo de a esquerda se
Já é tempo de a esquerda se unir. Depois do 25 de Abril eram de tantas esquerdas, hierarquizadas, porque não eram da cor do regime que finalmente se fora. Agora já cresceram. Unam-se. Unamo-nos.
L.
O PS esteve 10 dias na
O PS esteve 10 dias na oposição, foi (bem) dito pelo Jerónimo. Se alguém tinha dúvidas que o PS nunca vai ser uma alternativa de esquerda, ficou hoje comprovado. O PS faz parte do problema, não da solução. O Bloco não pode perder tempo a tentar "parcerias" estratégicas com o PS, já deu mau resultado quando apoiou Manuel Alegre. O povo de esquerda não perdoa e não gosta de ser atraiçoado... Força Bloco!
A confluência das oposições
A confluência das oposições não se pode fazer com base numa animosidade cega entre elas. Quando vejo no Parlamento que o BE, o PCP e o PS fazem questão de nunca aplaudirem as intervenções uns dos outros - independentemente de poderem concordar com elas - fico bastante céptico quanto à possibilidade de convergência.
Não estou a sugerir que os deputados se sintam obrigados a aplaudir intervenções com que não concordam; mas porque carga de água se hão-de sentir impedidos de aplaudir aquelas com que concordam? Não seria uma maneira de dar sinal aos eleitores de que existem princípios programáticos comuns, assumidos por critérios outros que não simplesmente os de opoprtunidade?
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