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Misericórdias acusam governo de "não ter sido capaz de acompanhar as consequências da crise"

O presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, adianta que o "drama social" tem “aumentado exponencialmente" e que a capacidade destas instituições “está no limite”. Este responsável assume não ver “forma de as Misericórdias continuarem a ajudar” caso sejam aprovadas as novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro ministro.
Foto de Paulete Matos.

Segundo Manuel de Lemos, “um número crescente de misericórdias” começa “a ter dificuldades de sustentabilidade para poder responder aos serviços que já prestavam”, situação esta que é agravada pelo “aparecimento do paradigma dos novos pobres”.

“A crise está a ser muito longa e muito grande e, portanto, há muitas misericórdias a entrar no vermelho. A nossa capacidade de ajudar tem limites. Em algumas Misericórdias estamos em cima dele”, revelou o presidente da União das Misericórdias.

"Procuram-nos os que sempre nos procuraram, as crianças, os doentes, os idosos e deficientes mas agora há um novo perfil de pessoas que nos procuram, os desempregados de longa duração, há famílias inteiras de pessoas que estão desempregadas e vão pedir comida às nossas casas, pedem também apoio para os livros dos filhos e nós não temos recursos para isso", alertou.

"Há dois ou três anos pedia-se às Misericórdias que tomassem conta das crianças ou dos idosos. Hoje, quem nos procura quer comer, roupas ou livros para a escola", sublinhou ainda.

Manuel de Lemos garantiu que o "drama social" que se vive à porta das 400 Misericórdias portuguesas "tem aumentado exponencialmente", culpando o governo por "não ter sido capaz de acompanhar as consequências da crise".

“A nossa capacidade para ajudar está no limite”, frisou, assumindo não ver “forma de as Misericórdias continuarem a ajudar” caso sejam aprovadas as novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro ministro.

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