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Comissão do Parlamento Europeu abre portas a produtos dos colonatos israelitas

A decisão, contrária às últimas posições das instâncias europeias sobre direitos humanos e democráticos em Israel e nos territórios ocupados, terá que ser aprovada ainda em plenário do Parlamento.
Foto white ant/Flickr

A Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu aprovou um protocolo adicional ao Acordo Euro-Mediterrânico que dinamizará as relações comerciais entre a União Europeia e Israel, neste caso no âmbito da indústria farmacêutica, em condições que permitem ao lado israelita incluir produtos originários dos territórios ocupados. A decisão, contrária às últimas posições das instâncias europeias sobre direitos humanos e democráticos em Israel e nos territórios ocupados, terá que ser aprovada ainda em plenário do Parlamento.

Nos termos do protocolo aprovado em comissão, por 15-13 e duas abstenções, o que traduz o carácter polémico da decisão tomada, os produtos farmacêuticos certificados pela União Europeia passam a ser automaticamente certificados por Israel e vice-versa, sem requerem quaisquer medidas adicionais de controlo. A votação foi sustentada pelos deputados da direita parlamentar.

A posição assumida do lado europeu, numa altura em que o governo de Israel se recusa a dar passos no sentido de abrandar a colonização ilegal dos territórios palestinianos, significa que a União aceita sem qualquer restrição produtos farmacêuticos que sejam produzidos em colonatos tal como se fossem em Israel.

"Se este documento for aprovado em plenário será um escândalo tendo em conta os abusos contínuos contra os direitos humanos e democráticos dos palestinianos", comentou o eurodeputado irlandês Paul Murphy (GUE/NGL) após a votação. De facto, e atendendo às circunstâncias, "as relações comerciais entre os dois lados deveriam antes ser suspensas", acrescentou Murphy, que defendeu a mobilização dos cidadãos e instituições da Europa favoráveis ao respeito pelos direitos palestinianos para que o documento não passe em plenário.

O eurodeputado alemão Helmut Scholz (GUE/NGL) lembrou que "Catherine Ashton e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados membros condenam justamente as actividades ilegais de colonização, a ocupação continuada dos territórios palestinianos e o bloqueio ilegal de milhão e meio de palestinianos que vivem na Faixa de Gaza"; o voto dos conservadores "vai mesmo contra a posição da UE em matéria de política externa", acrescentou Scholz.

Os deputados que aprovaram o protocolo consideram que se trata de uma simples "adenda técnica" a um protocolo que já exige a Israel o respeito pelos direitos humanos.


Notícia publicada no portal do Bloco no Parlamento Europeu.

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