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As 100 espécies mais ameaçadas de extinção: não têm preço ou não valem nada?

A União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN) divulgou na terça-feira (11), durante o Congresso Mundial de Conservação na Coreia do Sul, a lista das 100 espécies mais ameaçadas de extinção e que provavelmente a humanidade deixará morrer já que não a beneficiam diretamente. Artigo de Fernanda B. Müller do Instituto CarbonoBrasil/IUCN
Soldadinho-do-araripe / Ciro Albano retirado de institutocarbonobrasil.org.br

A lista, compilada por 8 mil cientistas, é a primeira do género trazendo animais, plantas e fungos de 48 países.

Entre as cinco espécies brasileiras listadas está o maior primata americano, o muriqui (Brachyteles hypoxanthus), e o magnífico soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), com menos de 800 indivíduos encontrados apenas no Ceará.

O mais raro de todos é o preá (Cavia intermedia), cuja população tem somente de 40 a 60 indivíduos e é exclusiva da Ilha Moleques do Sul, em Florianópolis (SC).


Preá / Luciano Candisani retirado de institutocarbonobrasil.org.br

Ainda estão na lista as borboletas Actinote zikani, endémica da Serra do Mar, e Parides burchellanus, do Cerrado.

"A comunidade de doadores e o movimento conservacionista estão cada vez mais inclinados para a abordagem 'o que eles podem fazer por nós', na qual as espécies e habitats são valorizados e priorizados de acordo com os serviços que fornecem às pessoas", disse o professor Jonathan Baillie, diretor de conservação da Zoological Society of London (ZSL), instituição parceira da IUCN neste projeto.

Isto tem tornado cada vez mais difícil de proteger as espécies mais ameaçadas, lamenta. "Temos uma importante decisão moral e ética a fazer: estas espécies têm o direito de sobreviver ou temos o direito de levá-las à extinção?".

O relatório, chamado 'Priceless or Worthless?', pretende incentivar as ações de conservação das criaturas 'sem valor'.

"Todas as espécies listadas são únicas e insubstituíveis. Se desaparecerem, quantia alguma em dinheiro poderá trazê-las de volta", alertou Ellen Butcher, coautora do relatório.

O declínio das espécies teve como principal causa as atividades humanas, porém é possível evitar a extinção de quase todas se houverem esforços de conservação, provocam os investigadores.

Artigo de Fernanda B. Müller publicado em Instituto CarbonoBrasil

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