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Marisa Matias responde a Durão Barroso: "Parem de culpar gregos e portugueses!"
O discurso de Durão Barroso ficou marcado pela proclamação de numerosas promessas de ação a curto prazo, muitas já para o Outono e as restantes até 2014 numa perspetiva de construir a união económica monetária no quadro de um horizonte político para a União Europeia que definiu como "uma federação de Estados-nação".
Nesse sentido, Durão Barroso defendeu o reforço da democracia, a solução dos problemas políticos que, em seu entender, dificultam a solução da crise e a aplicação de soluções europeias com base "na solidariedade" e na "equidade" que generalizem as reformas em curso, reafirmando assim a insistência na institucionalização da política de austeridade.
"Disse que o problema é de democracia: não posso estar mais de acordo", comentou Marisa Matias dirigindo-se a Barroso. "Mas foram as instituições europeias que disseram aos cidadãos que a democracia não é necessária, que até se podem dispensar as eleições porque as soluções são mais tecnocráticas do que políticas", completou.
"Disse que o problema é político: não posso estar mais de acordo", prosseguiu Marisa Matias. "A crise não aconteceu por obra e graça do Espírito Santo ou porque alguns banqueiros tiveram mais olhos do que barriga; a crise aconteceu porque há políticos que decidiram uma política que diz a esses banqueiros e especuladores que podem ter mais olhos do que barriga", acrescentou.
"Disse que o que está em causa são soluções europeias: não posso estar mais de acordo", insistiu Marisa Matias. "Mas isso é contraditório", deduziu. "Parem de dizer aos gregos e portugueses que a culpa é deles, que viveram acima das suas possibilidades".
"Solidariedade não rima com austeridade assim como crescimento não rima com esta política absolutamente contrária a uma construção europeia", sublinhou a eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda. Por isso, rematou, "não há democracia, não há política, não há europeísmo sem cidadãos e só com mercados".
Artigo publicado pelo portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu
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