Netanyahu quer submeter ministros ao detetor de mentiras

07 de September 2012 - 11:29

Primeiro-ministro de Israel furioso por a imprensa ter publicado pormenores do debate ocorrido no gabinete de segurança sobre a suposta ameaça nuclear do Irão. Oposição diz que ele próprio devia ser o primeiro a ser interrogado.

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“Aconteceu uma coisa muito grave”, disse Netanyahu. Montagem de Abode of Chaos

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está a ameaçar submeter os ministros do seu governo a um detetor de mentiras para descobrir as origens de uma fuga de informação para a imprensa. Uma reunião do gabinete de segurança, realizada na terça-feira, ouviu um relatório da espionagem sobre a suposta ameaça nuclear do Irão e um possível ataque israelita que o primeiro-ministro cogita desferir.

Mas a segunda parte da reunião, na quarta, foi cancelada quando a imprensa começou a publicar pormenores do que fora dito no dia anterior.

“Aconteceu uma coisa muito grave”, disse Netanyahu. “Houve uma fuga de informação sem precedentes da reunião do gabinete de segurança. A segurança do Estado e dos seus cidadãos depende da capacidade do gabinete de segurança de fazer reuniões secretas e em profundidade”.

A imprensa israelita informou que Netanyahu estuda a possibilidade de submeter todos os participantes na reunião a um detetor de mentiras, para localizar a origem da fuga. A oposição, porém, pede que os serviços secretos façam uma investigação e que o próprio Netanyahu seja o primeiro interrogado. “Deveriam perguntar-lhe: 'O senhor falou com membros da imprensa sobre manobras militares ou políticas nas últimas semanas?'”

Comentadores da imprensa ironizaram a situação e acusaram Netanyahu de ser o grande promotor de fugas de informação. “São Netanyahu e o ministro da Defesa Barak os primeiros e principais responsáveis... Foram eles que iniciaram o debate sobre um iminente ataque ao Irão nas últimas semanas. Foram eles que incessantemente informaram os jornalistas, concederam entrevistas e levaram os ouvintes a crer que um ataque antes das eleições nos EUA seria uma missão de salvação comparável a Auschwitz”, disse Ofer Shelah, do jornal Maariv.