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Privatização da ANA é "assalto à região Norte"

"É sabido que PS, PSD e CDS/PP foram propor à sua querida troika a privatização da ANA. Tal operação não tem qualquer racionalidade económica, financeira ou social", diz o comunicado da distrital do Bloco de Esquerda. Os bloquistas do Porto lembram que a ANA - Aeroportos de Portugal tem tido "sucessivos resultados positivos", transferindo anualmente dezenas de milhões de euros para o Orçamento de Estado. Para além disso, "investiu 500 milhões de euros nos obras bem sucedidas do aeroporto do Porto e cobre o défice de exploração de aeroportos como o de Santa Maria nos Açores".
O Bloco acusa "o fanatismo ideológico dos partidos da troika" por colocar em perigo "o interesse público nacional e regional". Críticas que se estendem à Junta Metropolitana do Porto, presidida por Rui Rio, que "em vez de reivindicar, como se impunha, a sua participação na gestão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, escolheu antes tentar obter alguns despojos do desmantelamento da ANA, migalhas dum banquete…"
O comunicado recorda ainda a experiência de privatização dos aeroportos ingleses, vendidos ao grupo espanhol Ferrovial, que também está interessado na compra da ANA. Esta empresa foi depois obrigada a vender alguns dos aeroportos que controlava "por falta de investimento em segurança e equipamentos aeroportuários".
Na impugnação judicial que apresentou, a Ferrovial argumentou ter "a responsabilidade de proteger o investimento dos nossos accionistas". A mesma empresa foi também forçada a encerrar algumas lojas no aeroporto de Heathrow "porque o crescimento desmesurado da área comercial começou a pôr em causa a segurança aero-portuária". E no mês passado alienou 10% do capital da British Airway Authority a um fundo do Qatar. "Quando se privatiza a gestão dos aeroportos é a lógica do lucro dos acionistas que passa a comandar", alerta a distrital do Bloco de Esquerda do Porto.
A distrital acrescenta que a proposta de gestão autónoma do aeroporto do Porto feita pela Junta Metropolitana é também um erro, que repete a desastrosa experiência francesa. Até 2005, a gestão dos grandes aeroportos regionais estava nas mãos das Câmaras de Comércio e Indústria dessas regiões. "Mas esses aeroportos, orientados pela lógica dos mercados locais, acumularam défices brutais de exploração" e passaram a ser dirigidas por "sociedades aeroportuárias em que a participação do Estado é sempre superior a 70%".
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