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Professores: enorme despedimento coletivo

Menos 5.147 professores colocados que no ano passado, menos 9,699 no espaço de dois anos. É o resultado de medidas tomadas de propósito para pôr gente na rua, diz a Fenprof. Para o Bloco de Esquerda, trata-se de um enorme despedimento coletivo.
“Uma inédita redução na colocação de docentes, fruto da política economicista de Nuno Crato e do seu ataque à Escola Pública”, diz o Protesto dos Professores Contratados e Desempregados. Fot de Paulete Matos

Com o anúncio da contratação de 7.600 professores para o ano letivo de 2012/2013, feita pelo Ministério da Educação no final da tarde de sexta-feira, foram colocados menos 5.147 do que no ano passado. A redução, se forem feitas as contas aos últimos dois anos, é de 56,1%, correspondendo a 9.699 professores, pelos cálculos da Fenprof.

Para Mário Nogueira, “os números são de uma violência atroz”. Na Baixa do Porto, onde esteve a analisar as listas e falou à comunicação social, o secretário-geral da Fenprof afirmou: “É uma redução enorme que, infelizmente, era previsível e é o resultado de medidas tomadas de propósito para pôr gente na rua”, disse, insistindo que “o MEC está a pôr fora professores de que as escolas precisam”.

Para o Protesto dos Professores Contratados e Desempregados, um grupo organizado de professores precários, a publicação das listas representa “uma inédita redução na colocação de docentes, fruto da política economicista de Nuno Crato e do seu ataque à Escola Pública”, e o maior despedimento coletivo de sempre em Portugal. Em nota divulgada, o grupo sublinha que ficam no desemprego, por exemplo, “todos os professores contratados no ano passado para o grupo de Educação Visual e Tecnológica (EVT)”.

Bloco: enorme despedimento coletivo

Em Santa Maria da Feira, onde participou do debate de abertura do fórum Socialismo 2012, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda considerou que a queda na colocação de professores "é um enorme despedimento coletivo na educação", alertando que os números do desemprego divulgados "estão abaixo da realidade". Para Luís Fazenda, "o desemprego galopante é uma realidade que veio para ficar, infelizmente", e, por isso, Portugal "não pode ficar refém do fundamentalismo da 'troika'" e "tem que mudar de política".

O deputado do Bloco afirmou ainda que "os números do desemprego que têm vindo a ser divulgados por várias entidades e organismos especializados estão abaixo da realidade. Hoje é comummente aceite que o desemprego real em Portugal andará a rondar 20%, 1 milhão e 200 mil pessoas", disse, demonstrando “o fracasso da política governativa, o fracasso da receita austeritária, tudo aquilo que tem vindo a ser impulsionado pela 'troika'".

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