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Metro de Lisboa tem menos 5,9 milhões de passageiros no 2º trimestre

Todos os transportes perderam passageiros, segundo o INE. Queda acompanha os aumentos brutais de tarifas, que em termos reais tiveram aumentos de até 90% desde 2010. Secretário de Estado põe a culpa no aumento “das fraudes”.

Os transportes públicos continuam a perder passageiros, de acordo com os dados divulgados terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. No segundo trimestre do ano, o Metropolitano de Lisboa teve menos 5,9 milhões de passageiros face ao período homólogo (menos 13,1%). No metro do Porto, a queda foi de 3,9%. Nos meios de transporte fluviais, a queda foi de 15,1%.

O número de passageiros a viajar nos comboios caiu 11,6% no mesmo período. A rede suburbana, que representa quase 90% dos passageiros, foi a que mais perdeu, com uma variação negativa de 12%.

Também os aviões movimentaram menos passageiros no segundo trimestre, ao contrário do que aconteceu nos períodos anteriores, transportando 8,4 milhões de pessoas, o que significa uma ligeira descida de 1,2% em termos homólogos.

Recorde-se que a tendência de queda já fora detetada pelo INE no primeiro trimestre deste ano, quando o Metro de Lisboa perdeu, em média, 55 mil passageiros por dia e os comboios 40 mil passageiros.

Aumentos brutais de preços

A queda do uso dos transportes públicos acompanha a tendência brutal de aumento dos preços. Recorde-se que no início do ano houve um aumento médio de cerca de 25%, mas os passes do Metro de Lisboa ou as tarifas da CP tiveram subidas na ordem dos 45%-50% no espaço de um ano. Juntando a isso a redução do desconto nos passes para jovens e para idosos, e a redução dos salários nominais desde 2010, o cálculo é que os aumentos reais foram de mais 85% a 90% no custo das deslocações na região de Lisboa!

Mas os aumentos não ficaram por aqui. No mês passado, o governo anunciou um novo aumento médio de 15% no preços dos títulos de transportes rodoviários urbanos de Lisboa e do Porto, dos transportes ferroviários até 50 quilómetros e dos transportes fluviais. Em vários casos, os títulos aumentaram mais de 20%. E os passes dos estudantes, cujo desconto já tinha sido reduzido de 50% para 25%, deixarão de ter qualquer benefício.

Diante destes dados arrasadores, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, limita-se a tentar negar as evidências, dizendo que o que há é um aumento das fraudes, isto é, das pessoas que viajam sem validar os bilhetes e anuncia um combate a esta prática. Mas o número de multas, que compreensivelmente aumentou, não justifica nem de perto a brutal perda de passageiros. Já o aumento de preços foi considerado por Vítor Pereira, dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes como “quase um assalto por esticão, porque foi anunciada há dois ou três dias e já vai ser aplicada”, disse, em finais de julho.

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