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“Não é admissível que existam portagens no Algarve”

Durante o comício do Bloco, que teve lugar este sábado em Portimão, o dirigente bloquista João Vasconcelos sublinhou que o “Bloco está aberto a todas as convergências possíveis” contra as portagens no Algarve. A deputada Cecília Honório acusou o governo de promover “uma vingança contra o trabalho e os serviços públicos”.

Segundo adiantou João Vasconcelos na sua intervenção, ” os resultados da introdução de portagens no Algarve estão à vista de todos”. Um deles é o agravamento do desemprego. Em Portimão existem atualmente cerca de 5 mil desempregados mesmo nesta época de turismo, sublinhou o dirigente bloquista, que lembrou ainda que, conforme dados disponibilizados pelo IEFP, o Algarve contou com um aumento, em julho, de 33,4% de desempregados, comparativamente com o ano anterior, ou seja, num ano, “tivemos mais 131 mil desempregados”.

A introdução de portagens no Algarve tem-se traduzido igualmente na falência e insolvência de pequenas empresas, na crise no turismo, sendo que, só no que se refere ao mercado espanhol, registou-se uma quebra de 25%, e no caos interminável na Estrada Nacional 125 (EN125), “que não constitui qualquer alternativa à Via do Infante”, alertou o dirigente do Bloco de Esquerda. João Vasconcelos recordou que, para piorar ainda mais a situação, as obras de qualificação na EN125 estão paradas e representam “autênticas armadilhas mortais”, sendo que os acidentes e feridos graves nesta região dispararam 80% desde o início do ano.

Esta situação, que conta com a “conivência do PSD, CDS e PS” no parlamento, tem vindo a deteriorar profundamente as condições de vida dos algarvios, avançou.

O “Bloco está aberto a todas as convergências com todas as entidades que queiram construir uma ampla plataforma o mais abrangente possível contra as portagens no Algarve”, rematou João Vasconcelos.

O dirigente bloquista fez ainda referência ao Hospital do Barlavento onde, com a mudança de administração, saiu uma diretiva que visa “privatizar o parque de estacionamento do hospital”, obrigando os utentes a pagar “sem terem qualquer alternativa”.

O Bloco opõe-se à “mercantilização dos espaços de estacionamento de uma entidade pública”, sublinhou João Vasconcelos, que referiu que o Bloco já questionou o Ministério da Saúde, promoveu um abaixo assinado, e conseguiu ver aprovada uma moção sobre esta questão na Assembleia Municipal, que apenas contou com votos contra do PSD. A administração do Hospital já terá recuado no que concerne às pessoas que se dirigem às urgências, e que continuarão a usufruir de estacionamento gratuito, mas tal “não é suficiente”, defendeu, frisando que o Bloco continuará a intentar todos os esforços para impedir a privatização do parque de estacionamento do Hospital do Barlavento.

O lema das políticas do governo é o “ataque contra o trabalho e os serviços públicos”

Cecília Honório, que, a par de Francisco Louçã, também participou neste comício, lembrou as declarações de Passos Coelho no Comício do Pontal, durante o qual o primeiro ministro afirmou que “com este governo as clientelas políticas" tinham acabado e que o Estado não podia “andar sempre a pagar pelos cidadãos”.

A deputada do Bloco de Esquerda frisou que, pouco tempo depois, ficámos a conhecer a “negociata que é a entrega da televisão pública a um privado”. “A RTP não é um prato para servir de bandeja neste banquete das negociatas”, advogou Cecília Honório.

“Mas não é apenas a questão da RTP, e ela é muito grave e merece a nossa mobilização”, avançou a dirigente bloquista. ”O problema é a visão que este governo tem daquilo que é bem público, daquilo que é serviço público, daquele que é o trabalho dos servidores públicos. É assim com a comunicação social, é assim com o serviço nacional de saúde, é assim com a educação”.

Segundo Cecília Honório, o “governo das direitas” promove uma “vingança contra quem trabalha e contra os serviços públicos”, exemplificando com o exemplo dos trabalhadores da saúde – os enfermeiros “pagos ao tostão” ou os professores contratados que ficam no desemprego.

O governo segue, segundo a deputada do Bloco, “a lógica do ataque ao trabalho, do ataque ao salário, aos mais desprotegidos dos desprotegidos” e do “desmantelamento dos serviços públicos”.

O Bloco nunca irá pactuar com o “banquete das negociatas enquanto as injustiças continuam no nosso país”, concluiu.

ESQUERDA.NET | Comício do Bloco em Portimão | João Vasconcelos

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