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Emigrante português no Canadá há 32 anos já não será expulso (atualizada)

O Canadá já não vai expulsar o emigrante há 32 anos naquele país, casado com uma canadiana e pai de 4 filhos canadianos. José Pereira recebeu ordem de expulsão, por alegadamente não ter respondido aos serviços de imigração, pensando que tinha a situação regularizada. Nesta quarta feira, os serviços de imigração do Canadá recuaram e vão dar-lhe estatuto de residente permanente.
Em 2011, o Canadá expulsou 137 pessoas portuguesas.

José Pereira é um português, empresário, residente permanente no Canadá há 32 anos, casado com uma cidadã canadiana do Quebec (Cérès Bibeau), pai de quatro filhos canadianos e avô de dois netos.

Em agosto de 2009, teve de se deslocar a Portugal devido ao estado de saúde do pai. Notou então que tinha o cartão de residente permanente caducado. No Canadá tentou a renovação, mas foi avisado que precisava de um “título de viagem” (um visto de entrada único para o regresso) a pedir na embaixada canadiana em Paris. De Paris, exigiram-lhe documentos comprovativos da residência no Canadá, o que enviou, mas a embaixada, em janeiro de 2010, recusou-lhe a residência e deu-lhe 60 dias para contestar.

Como já estava no Canadá, com novo cartão de residente em seu poder válido até agosto de 2014, nada fez.

"Eu recebi o [novo] cartão de residente permanente em setembro [de 2009] e a partir desse momento pensei que estava tudo legal. Para mim estava tudo correto. O título de viagem para mim não era importante. Só que para eles [as autoridades] era", diz à Lusa, acrescentando que nos últimos dois anos deslocou-se a Portugal e regressou ao Canadá, sem problemas.

Em abril deste ano, ao tentar obter a nacionalidade canadiana foi-lhe dito que estava "ilegal no Canadá há dois anos, não podia trabalhar e iria ser deportado", apesar de ser empresário e proprietário da empresa “Grandes Eaux”. Em 27 de junho último, recebeu a ordem de expulsão do Canadá até 10 de setembro.

José Pereira declarou à Lusa: "[É] uma grande injustiça, porque este país é baseado na imigração", e acrescentou: "Nós saímos dos nossos países, onde aprendemos a trabalhar. Chegamos aqui, damos o nosso melhor, pagamos as nossas 'taxas' [impostos]. Vamos ao nosso país fazer uma visita aos nossos pais ou à nossa família e estes indivíduos não têm a mínima consideração pelas pessoas que trabalham aqui".

Nesta quarta-feira, depois de ter sido divulgada em Portugal a expulsão iminente do emigrante português, os serviços de imigração canadianos contactaram-no e informaram-no telefonicamente que reconheciam o erro e iam atribuir-lhe o estatuto de residente permanente.

Em declarações à Lusa, José Pereira afirmou: "Estou feliz com esta decisão, pois mantenho a minha residência permanente e não perco nenhum dos benefícios que tinha por estar aqui há 32 anos. Daqui a dois dias terei de novo o meu cartão, que era válido até agosto de 2014".

No entanto, os prejuízos de José Pereira são grandes já que vendeu a empresa e desfez-se de outros bens, devido à política persecutória dos imigrantes, atualmente em vigor no Canadá.

Em 2011, o Canadá expulsou 137 pessoas portuguesas.

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