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Mais austeridade fulmina a Grécia

A troika e o governo que lhe está submetido em Atenas decidiram um acréscimo de 11600 milhões de euros de cortes orçamentais em salários e saúde pública a aplicar durante os anos de 2013 e 2014.
A troika e o governo que lhe está submetido em Atenas decidiram um acréscimo de 11600 milhões de euros de cortes orçamentais em salários e saúde pública a aplicar durante os anos de 2013 e 2014.

A informação ainda não foi confirmada oficialmente mas circula no âmbito das reuniões que os fiscais da troika estão a efectuar em Atenas com o primeiro ministro António Samaras e o ministro das Finanças, Yannis Sturnaras.

Em termos oficiais, a agenda dos encontros integra a situação do sistema bancário e o modo de o recapitalizar, as "reformas estruturais", designadamente privatizações e liberalização em profissões até agora não abrangidas, e os meios de financiamento do país.

O ministro das Finanças terá entregue entretanto aos fiscais as novas medidas de austeridade a impor à população. A agência Bloomberg informa que, embora a notícia ainda não seja oficial, os novos golpes orçamentais deverão atingir os salários da função pública, mais despedimentos, cortes de pensões e novas reduções de despesas com os serviços de saúde.

A definição destas medidas não garantirá ainda, à partida, que a Grécia esteja em condições de receber o previsto resgate de 130 mil milhões de euros, o que dependerá do relatório a apresentar em Setembro pela troika às instituições europeias. Os primeiros dados sobre as impressões dos fiscais à chegada a Atenas são no sentido e a Grécia "não ter feito nada" para combater a dívida nos últimos quatro meses. O constante aumento da percentagem da dívida pública em relação ao PIB resulta porém, em grande parte, do aprofundamento da recessão – que já atingiu os sete por cento – resultante do agravamento permanente da política de austeridade, de novo agora reforçado.

O banco norte-americano Citigroup divulgou entretanto previsões segundo as quais a Grécia deverá sair do euro a curto prazo, avançando até com a data de 1 de Janeiro de 2013. De acordo com Michael Saunders, um economista do Citigroup, "antes das eleições gregas os membros da troika estavam dispostos a ser pacientes mesmo tendo a noção de que a Grécia estava a derrapar para fora do memorando, esperando que surgisse um governo capaz de fazer com que o programa de assistência voltasse aos carris; essas esperanças não se concretizaram". No entanto, o governo de Atenas é constituído por uma coligação dos partidos que se submeteram por escrito às ordens da troika e ao regime de protetorado governado a partir de Bruxelas.

Artigo publicado no portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu

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