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Coreia em onda de greves

Metalúrgicos de empresas tão importantes como a Hyundai, a Kia ou a própria General Motors reivindicam melhorias nas suas condições de trabalho, aumentos salariais e o fim do trabalho precário.
Milhares de trabalhadores coreanos estão em pé de guerra contra o patronato nos últimos dias. Liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Coreia, cerca de 130 mil trabalhadores estão mobilizados em 211 empresas da categoria.

Milhares de trabalhadores coreanos estão em pé de guerra contra o patronato nos últimos dias. Liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Coreia, cerca de 130 mil trabalhadores estão mobilizados em 211 empresas da categoria.

O sindicato metalúrgico abarca empresas poderosas como a Hyundai, que possui 45 mil funcionários; a KIA, com 30 mil funcionários e a General Motors, além dos trabalhadores siderúrgicos e também dos estaleiros.

Numa votação massiva, decidiram fazer uma greve de um dia na última sexta-feira. Não existem informações precisas sobre o resultado da mobilização nesse dia, devido à dificuldade linguística de se obter informações desse país, mas a imprensa ocidental publicou que a greve na Hyundai foi forte, afetando a produção de 4300 veículos.

Na General Motors, os combativos trabalhadores travam, desde o dia 11, uma mobilização isolada dessa multinacional gigante da indústria automobilística, com paralisações diárias de algumas horas. A luta da GM, para ser vitoriosa, necessita de uma mobilização internacional dos trabalhadores dessa multinacional, instalada nos quatro cantos do globo e que emprega cerca de 200 mil trabalhadores e tem operações em 157 países. Mas essa é uma batalha árdua já que, até o momento, não existem informações sobre o apoio dos trabalhadores de outros países a essa luta que não é apenas dos trabalhadores coreanos. A GM, após ter a sua longa existência ameaçada, foi salva com o dinheiro dos contribuintes americanos, mas, mesmo retornando ao lucro em 2011, agora conduz uma política de aperto e também demissões de trabalhadores, já que a economia mundial vive uma recessão, com alguns países vivendo a depressão, como a Grécia, ou quase, como a atual Espanha.

Também no Brasil, trabalhadores decidiram, na última semana, o “Estado de Greve”, contra a ameaça de demissão massiva.

Os trabalhadores coreanos, que viram marcas como Hyundai, Samsung, ganhar prestígio nos últimos anos no mercado internacional, também estão a ser afetados pela crise mundial e já percebem o clima sombrio que atinge as suas mesas.

Os trabalhadores, que não faziam greves desde 2009, reivindicam melhorias nas suas condições de trabalho, aumento de 150 mil Won (US$ 130); fim do trabalho precário e também a abolição do turno noturno. Caso as suas reivindicações não sejam atendidas, prometem voltar à greve a partir do dia 1 de agosto.

Também na sexta-feira, os bancários decidiram entrar em greve no dia 30 de julho, depois de 12 anos, contra a fusão dos dois principais bancos coreanos, o Woori e o KB.
Trata-se da luta contra a privatização do Woori, que o governo quer implementar para formar um mega banco. A exemplo do que ocorre em todo mundo, as negociatas financeiras sempre prejudicam os trabalhadores e os coreanos sabem disso.

Durante essa nova onda de greves os trabalhadores levantaram a sua voz: “Queremos que a vida, como seres humanos, se transforme em realidade!”
 

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