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Mais de 50 fugitivos da Líbia morreram "um a um" no Mediterrâneo

Mais de 50 pessoas morreram a bordo de uma embarcação precária que partiu da Líbia em finais de Junho tentando chegar a Itália mas que se perdeu no mar ao sabor dos ventos. A tragédia foi conhecida devido ao relato do único sobrevivente, recolhido pela Guarda Costeira da Tunísia.
Mais de 50 pessoas morreram a bordo de uma embarcação precária que partiu da Líbia em finais de Junho tentando chegar a Itália

Milhares de cidadãos africanos de várias nacionalidades continuam a fugir da Líbia para atravessar o Mediterrâneo em direcção à Europa procurando acolhimento e remédio para os problemas a que tentam escapar, o mais recente dos quais é a perseguição aos imigrantes e a indivíduos de "pele escura" que continua na Líbia, principalmente a cargo das milícias e sem oposição das autoridades de Tripoli.

Alguns dos barcos conseguem chegar, principalmente a portos italianos, mas supõe-se que muitos se perdem no mar sem que os dramas sejam conhecidos por não haver sobreviventes. A última tragédia conhecida foi relatada pelo único sobrevivente em cerca de 55 passageiros de uma barcaça que partiu da Líbia em finais de Junho e andou à deriva no mar, ao sabor dos ventos, durante cerca de 15 dias.

O único sobrevivente foi um cidadão eritreu, que contou a odisseia a funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) num hospital de Zarzis, no sul da Tunísia, onde foi internado depois de recolhido pela Guarda Costeira Tunisina.

O sobrevivente, não identificado pela organização, relatou que a barcaça partiu de Tripoli com 55 pessoas a bordo, a maioria eritreus, que ao fim de um dia de navegação começaram a ver as costas italianas. Nessa altura o vento forte afastou-os e deixou-os à deriva e perdidos durante cerca de 15 dias. Os passageiros "foram morrendo um a um", de acordo da descrição do náufrago, entre eles vários parentes seus, por causa da desidratação.

O sobrevivente foi avistado por pescadores tunisinos na noite de segunda feira, já desesperadamente agarrado aos restos do barco e a um bidão. Os pescadores alertaram a Guarda Costeira, que ainda chegou a tempo de salvar a vida do náufrago.

A ACNUR suspeita que devido ao facto de este movimento de embarcações clandestinas ser um problema permanente entre os países de partida e de chegada e um elemento de perturbação para os trabalhos de pesca muitos pedidos de auxílio de pessoas perdidas não têm resposta. Alexander Aleinikoff, alto comissário adjunto para os Refugiados, fez "um apelo aos comandantes dos barcos para que prestem a máxima atenção possível a casos de emigrantes e refugiados em apuros que necessitem de ser socorridos; o Mediterrâneo é um dos mares com mais tráfego do mundo e é fundamental que a antiga tradição de salvamento no mar continue a ser respeitada", disse.

Artigo publicado no portal do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu

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