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Anúncio para contratar médicos ficou incompleto para ser mais barato
Faltou uma frase ao anúncio do concurso publicado no Diário da República para contratar médicos para os centros de saúde do Algarve. A ausência foi justificada porque o preço do anúncio é caro. "É um anúncio que se paga e não se paga pouco à Imprensa Nacional. Aqui faltou apenas uma linha ao anúncio, a dizer que os requisitos de competência e experiência constam do caderno de encargos", disse à Rádio Renascença o presidente da Administração Regional de Saúde.
Martins dos Santos assegura que o caso será corrigido em situações futuras. "Se existir outro concurso, temos obviamente de acrescentar à linha que fala no valor por hora uma outra que remeta para o caderno de encargos, porque nem toda a gente tem acesso ao caderno de encargos - só as empresas que concorrem", admite.
Bloco tinha levantado a questão
Recorde-se que o Bloco de Esquerda tinha requerido a ida do ministro Paulo Macedo ao Parlamento após ter sido publicado o referido anúncio, tendo como critério “o mais baixo preço”.
“No mesmo dia em que o ministro da Saúde discursava no Parlamento, assumindo um compromisso formal com o pagamento mínimo de acordo com os salários base do contrato coletivo dos médicos, nesse mesmo dia, ontem [quarta-feira] – o primeiro dia da greve –, o mesmo ministro faz publicar um anúncio de um concurso para contratação de médicos tarefeiros pelo mais baixo valor”, disse o deputado João Semedo, acusando o ministro Paulo Macedo de contrariar as suas próprias palavras e promessas, com o objetivo de desmobilizar a greve”.
E acrescentou: “Mas mais estranho ainda é que o primeiro-ministro declarou que considerava este tipo de contratação perverso e inaceitável”.
Afinal, era tudo um problema do preço da linha cobrada pela Imprensa Nacional.
Com este precedente, as leis podem começar a ser publicadas com menos artigos para não saírem caras, as nomeações podem passar a constar com apenas o primeiro nome do nomeado, em vez do nome completo, e quem sabe o próprio órgão pode passar a chamar-se apenas “Diário”.
Felizmente, as justificativas do presidente da Administração Regional de Saúde não tiveram de ser publicadas no Diário da República. Aqui no Esquerda.net, elas são de graça.
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