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Companhias de teatro alertam para "calamidade" em 2013

Seis companhias teatrais a atuar fora de Lisboa e Porto temem pelo seu futuro, se se confirmarem os cortes nos apoios pelo terceiro ano consecutivo. E denunciam o silêncio de Francisco José Viegas, que prometeu respostas para junho e não cumpriu.
Companhias temem o "agravamento e a perpetuação da situação de desastre". Foto do espetáculo "Remendos" do Teatro do MontemuroEscola da Noite

No comunicado divulgado à imprensa, as companhias A Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra, ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, Centro Dramático de Évora, Companhia de Teatro de Braga, Teatro das Beiras e Teatro do Montemuro resolveram tornar pública a apreensão com o silêncio do Governo. Depois do Secretário de Estado da Cultura ter prometido numa audição parlamentar trazer um cronograma dos concursos para 2013 até ao fim de junho, as companhias esperaram em vão pelo cumprimento da promessa. "Em vez disso, o Director-Geral das Artes deu uma entrevista à Antena Um, apontando vagamente o mês de Setembro para a abertura de “todas as modalidades de apoio""

As companhias dizem que Samuel Rego vive alheado em relação "aos retratos de calamidade e de verdadeiro estado de sítio em que se encontram as estruturas de criação artística em Portugal" e só por isso pôde fazer "um balanço “extremamente positivo” do seu primeiro ano à frente da Direcção-Geral das Artes". E não aceitam a ideia de manter a mesma quantia aplicada este ano no apoio direto às artes: "Em 2012, o investimento do Estado nesta matéria resumiu-se aos contratos quadrienais e bienais, assinados em 2009 e em 2011 e em relação aos quais aplicou um corte de 38%!", denunciam.

As seis companhias fizeram as contas aos apoios às artes e concluíram que "o montante investido pelo Estado no apoio às artes sofreu, desde 2009, uma redução global de 43% (menos 8,8 milhões de euros)". Agora reivindicam que seja reposto o valor dos apoios em 2009 para evitar "agravamento e a perpetuação da situação de desastre em que as estruturas de criação já estão neste momento – redução das equipas de trabalho ao mínimo, proliferação da precariedade dos seus colaboradores, endividamento crescente, incapacidade de planear a sua actividade e de assumir compromissos a médio prazo, consequente incapacidade de recorrer a outras eventuais fontes de financiamento".

Para "manter condições mínimas para que a criação artística de serviço público sobreviva em Portugal", as seis companhias dizem que isso só será possível se o Governo abrir os concursos de setembro com um montante equivalente ao de 2009, ou seja, cerca de 21 milhões de euros.

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