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Slutwalk em Lisboa e no Porto junta dezenas contra o assédio sexual
Este domingo, meia centena de pessoas percorreram as ruas de Lisboa, entre o Largo de Camões e o Martim Moniz, numa ação contra o assédio sexual e pelo direito a cada um/a vestir o que entender, reclamando o espaço público e denunciando o machismo que ainda vigora nas relações sociais.
A manifestação, chamada “Slutwalk” [Marcha das Galdérias], realiza-se pela segunda vez em Portugal, seguindo a realização desta iniciativa noutros países como o Canadá, países da America Latina e no Reino Unido. O protesto teve origem no facto de, em janeiro de 2011,um polícia canadiano ter justificado uma agressão sexual de uma mulher com a forma como ela estava vestida. Esta afirmação causou uma onda de indignação e levou a manifestações um pouco por todo o mundo.
“A iniciativa pretende chamar a atenção para o duplo padrão sexual machista que faz com que determinados comportamentos sejam aceitáveis quando se é homem, mas inaceitáveis quando se é mulher, e reclamar um clima de maior segurança nos espaços públicos, contra o assédio de rua e vários outros comportamentos ofensivos ou mesmo ilegais”, explicou a organização do protesto à TVI24.
“Pretende ainda desfazer a falsa crença que é o tipo de roupas que uma pessoa usa, ou o tipo de maquilhagem, ou o tipo de comportamentos sexuais que legitimam agressões sexuais e físicas não-consensuais, quer estejamos a falar de mulheres, homens, ou pessoas de outros géneros”, acrescentam.
"Não é Não!"
A ação deste domingo, que também se realizou no Porto, no sábado, arrancou pelas ruas do Chiado debaixo de vários cânticos contra o machismo, a intolerância e as violações, ao mesmo tempo que várias pessoas empunhavam cartazes onde se podiam ler mensagens como “Não é fácil ser fácil”, “Não me digam o que vestir, digam aos homens para não violarem” ou “Não é não”.
“Estas manifestações são precisamente para que possa existir uma liberdade de circulação no espaço público da parte das pessoas, a expressão da sua sensualidade, a sua liberdade sexual, sem se sentirem ameaçadas, com segurança, ou seja, promover uma cultura do consentimento, do diálogo e do respeito”, explicou à Lusa uma das manifestantes, Anabela Rocha.
João Louçã, outro manifestante, apontou à Lusa que a violência machista tem várias formas, desde a violência verbal à física. “Há desde as bocas na rua a uma violência física, que acontece muitas vezes no seio da própria família, e há uma violência da moral que impõe o que é que se deve e não deve fazer e é preciso dizer que nenhuma destas violências é aceitável e que as pessoas têm direito a estar como querem”, defendeu.
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