Delphi despede 300 em Castelo Branco

29 de June 2012 - 17:30

Multinacional corta 300 postos de trabalho, devido à deslocalização de uma linha de cablagens da Rover para outro país. Sindicato denuncia que muitos dos despedidos são precários há anos e ficam sem direito a subsídio de desemprego.

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Com o despedimento anunciado, vai haver um aumento brutal de desempregados no distrito.

A empresa de cablagens Delphi vai despedir cerca de 300 trabalhadores da sua fábrica de Castelo Branco. A fábrica emprega 1.300 pessoas e a redução do número de trabalhadores deve-se "à mudança para outro país de uma linha de produção da marca Land Rover", segundo Gabriela Gonçalves, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras (SITE).

A linha vai produzir componentes "enquanto houver encomendas", o que deverá acontecer até meio do mês, sem data específica, referiu.

Alguns trabalhadores "já foram dispensados e outros já estão a receber as cartas de rescisão de contrato", acrescentou.

A dirigente sindical alertou ainda para o facto de os 300 despedimentos afetarem trabalhadores precários, com casos que se arrastam há oito anos, e outros de pessoas sem descontos suficientes para agora terem direito ao subsídio de desemprego.

A administração da empresa, questionada pela Agência Lusa, disse apenas que não comenta "ajustamentos derivados de aumentos ou decréscimos de produção e que são inerentes à atividade da indústria automóvel".

Aumento brutal de desempregados no distrito

A Delphi de Castelo Branco é uma das maiores empresas do distrito. A 31 de Dezembro de 2010, a multinacional tinha encerrado a fábrica da Guarda e parte da produção fora deslocalizada para a cidade albicastrense. Com o despedimento anunciado, "vai haver um aumento brutal de desempregados no distrito" e a situação deverá ser especialmente difícil "para casais em que marido e mulher trabalham na empresa", acrescenta Gabriela Gonçalves.

Para além da saída de 300 pessoas na Delphi, outras 400 vão ficar sem emprego em Castelo Branco a partir de sexta-feira, devido ao despedimento de todos os funcionários do centro de atendimento telefónico Via Segurança Social.