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Protesto de ex-militares surpreende regime angolano
“Foi por pouco que a situação não deflagrou em grande violência, primeiro porque eles estavam muito bem organizados e enviaram uma delegação, que foi recebida pelo Chefe de Estado Maior Geral das Forças Armadas angolanas, o general Geraldo Sachipendo Nunda, que conversou com eles e prometeu-lhes a resolução do seu caso”, relata o jornalista Rafael Marques à Deutsche Welle.
Os militares vieram do quartel general em direção ao Ministério da Defesa de Angola e foram rompendo barreiras policiais, entre elas a da guarda presidencial. Segundo a agência alemã, a fúria dos antigos combatentes era tal que enfrentaram os cães da polícia e feriram agentes à pedrada. "Não pode ser! 15 anos de tropa e dão-nos 55 mil kwanzas (460 euros) e mandam-nos embora e mais nada? Não aceitamos", protestava Vicente Ferreira, um dos manifestantes citados pela agência Lusa. Segundo este ex-militar, os restantes que ainda se encontram no ativo nem esse valor receberam.
“Quando um dos representantes da comissão saiu para falar com os manifestantes, nessa altura, de forma até algo descontente, os ex-militares decidiram retirar-se. Assim que viraram costas, a polícia de choque, os oficiais que lá estavam, deram ordem para correr com eles. Aí houve confusão”, acrescenta Rafael Marques. Da reunião com o chefe militar, o general Geraldo Sachipendo Nunda, ficou a promessa de resolução da situação nas próximas semanas.
Esta manifestação surge na sequência de uma outra, realizada a 20 de maio em frente ao Palácio Presidencial. Este protesto foi considerado ilegal pela polícia e dois militares que lideraram a revolta desapareceram após a manifestação. O Bloco Democrático diz que há rumores que Alves Camulingi e Isaías Cassule terão sido “executados por ordens superiores” e exige das autoridades angolanas "o total esclarecimento sobre o paradeiro" dos dois militares.
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