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Crise: carros de luxo ganham quota em Portugal

Pela primeira vez na história, BMW e Audi vendem mais carros que Opel, Ford, Citroen ou Fiat. A crise não é para todos.
Audi Q3: quebra de rendimentos das famílias portuguesas afeta menos as marcas mais caras.

Portugal lidera a queda da venda de carros na Europa, com uma quebra de 46,8% até abril, a maior entre os países da União Europeia. Mas há marcas cuja quebra é menor que outras. O resultado está a criar situações inéditas. Pela primeira vez, BMW e Audi vendem mais que Opel, Ford, Citroen ou Fiat, algo que aparentemente era impensável.

Mas é o que acontece. Segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), pela primeira vez na história da indústria automóvel em Portugal, a BMW, a Audi e a Mercedes, marcas alemãs procuradas por quem quer um automóvel que tenha “estatuto”, ascenderam aos quarto, quinto e oitavo lugar, respetivamente, como as que mais vendem.

Isto significa que a quebra de rendimentos das famílias portuguesas afeta mais as vendas dos carros mais baratos do que as marcas mais caras.

João Trincheiras, porta-voz da BMW Portugal, disse à Lusa que o quarto lugar da marca nas vendas "é uma situação que não é normal", mas que se deve ao facto de a BMW "ter alargado a sua gama de oferta para modelos de segmento mais baixo, como o Serie 1. Um bom argumento, mas o preço deste modelo está longe de ser popular: custa 27.900 euros.

Licínio Almeida, diretor geral da Audi, também refere que a marca tem "vindo continuamente a alargar a sua oferta, seja através de novos modelos", como é o caso do A1 (cerca de 20 mil euros), o Q3 (a partir de 40.400 euros) e o A7 (70.940 euros).

Já André Silveira, porta-voz da Mercedes Benz Portugal, aponta para o Classe B (a partir de 30.150 euros), “um automóvel que rapidamente se tornou um sucesso de vendas". Pois é.

Licínio Almeida adianta que o mercado das marcas 'premium' "é maioritariamente (mais de 70%) constituído por empresas, que neste contexto de crise generalizada ainda têm alguma capacidade aquisitiva". E gostam de mimar os seus executivos.

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