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Sessão de cinema em São Bento foi protesto e homenagem

A escadaria da Assembleia da República serviu de plateia para uma projeção de cinema muito especial, que denunciou o "risco de morte" do cinema português. Centenas de pessoas participaram neste protesto/homenagem a um setor que viu o governo cortar por completo o financiamento público.
Foto Kris Haamer/Flickr

“O espírito desta noite ultrapassa o protesto. É um gesto de homenagem ao cinema”, disse ao jornal Público a cineasta Margarida Gil, presidente da Associação Portuguesa de Realizadores (APR). Centenas de pessoas compareceram à chamada para virem apoiar o cinema português que o Governo elogia por ganhar prémios internacionais e asfixia financeiramente, deixando o Instituto de Cinema e Audiovisual “em absoluta ruptura financeira”, com um “corte de 100%, sem paralelo em mais nenhum sector de actividade”, as “produtoras e empresas associadas na iminência de encerrar” e “milhares” à espera do desemprego, acrescentou Margarida Gil.

A realizadora que lançou o apelo à mobilização dos profissionais para esta sessão ao ar livre exige também a aprovação da Lei do Cinema. Sobre esta lei eternamente adiada, a presidente da APR diz que "o primeiro-ministro e quem mais manda - os ministros Vítor Gaspar e Miguel Relvas - lavam as mãos de uma forma que não é aceitável.

Catarina Martins e Francisco Louçã participaram nesta sessão de cinema que projetou em frente ao parlamento imagens marcantes da história do cinema português, incluindo realizadores como Manoel de Oliveira, Paulo Rocha, João César Monteiro ou Fernando Lopes, desaparecido há poucos dias. "A força das centenas de pessoas que se uniram nas escadarias na Assembleia da República, a olhar para um lençol cheio das imagens que são as suas, é a força de quem não desiste, não apenas da cultura, mas do país. E do futuro", afirma Catarina Martins na sua crónica "O cinema saiu à rua" que o esquerda.net publica esta quinta-feira.

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