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Submarinos: Ex-ministro grego preso por corrupção

Ex-ministro grego da Defesa, Akis Tsochatzpoulos, é acusado de ter recebido um suborno para viabilizar a compra de quatro submarinos à Ferrostaal, em 2000. Dois ex-executivos desta empresa admitiram ter pago subornos à Grécia e a Portugal durante o governo de Durão Barroso e Paulo Portas.

Akis Tsochatzpoulos terá alegadamente recebido um suborno para viabilizar o negócio da compra, por parte da Grécia, de quatro submarinos à Ferrostaal, por 2,85 mil milhões de euros. O juiz de instrução e o promotor encarregado do caso terão decretado a prisão preventiva do ex-ministro grego da Defesa, do PASOK, por acreditarem que este poderia fugir do país.

Dois ex-gestores da Ferrostaal, Johann-Friedrich Haun e Muehlenbeck admitiram, durante o julgamento que decorreu na Alemanha, que pagaram subornos na Grécia e em Portugal para conseguir que ambos os países se decidissem pela compra de submarinos ao German Submarine Consortium (GSC), que além da Ferrostaal integrava os estaleiros Howaldswerke, de Kiel, e a metalúrgica Thyssenkrupp, de Essen. Ao todo, a empresa alemã terá pago "luvas" no valor de 62 milhões de euros entre 2000 e 2003 nestes dois países para ganhar vantagem sobre a concorrência num negócio.

No julgamento, os dois ex-gestores aceitaram declarar-se culpados, em troca da garantia de condenação a dois anos de prisão, mas com penas suspensas. Johann-Friedrich Haun terá de pagar uma coima de 36 mil euros e Hans-Peter Muehlenbeck pagará 18 mil euros. A Ferrostaal, também arguida no processo por crime de obtenção de vantagem económica através dos seus dois funcionários, foi condenada ao pagamento de uma coima de 140 milhões de euros.

O ex-cônsul honorário de Portugal em Munique recebeu 1,6 milhões de euros para convencer o governo de Barroso e Portas. Num documento divulgado pelo Diário de Notícias no início de 2011, Juergen Adolff, que foi exonerado do cargo quando surgiu a acusação da justiça alemã, descrevia, inclusive, aos gestores da Ferrostaal os encontros que manteve com Paulo Portas, Durão Barroso e o seu assessor Mário David. Os três desmentiram esses contactos.

A justiça portuguesa nunca foi, contudo, atrás do rasto do dinheiro recebido por Adolff e o processo aberto no caso dos submarinos diz apenas respeito ao negócio das contrapartidas, que envolve empresários portugueses. Boa parte dessas contrapartidas incluídas na venda dos submarinos nunca foram concretizadas, o que o transforma num negócio ainda mais ruinoso para Portugal.

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