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Limites ao quadrado igual a combate novo
Da banda dos partidos, existe por vezes burocracia, rotina, tentação de controlo, comunicação em forma de slogan, instrumentalização, estandardização dos próprios termos da discussão, institucionalização do espaço público e das formas de apresentação/representação.
Da banda dos movimentos sobressai aqui e ali a errância, a desorganização, a contradição de programas de ação, a amálgama de participantes com orientações por vezes antagónicas, as derivas populistas e sebastianistas.
O convite reside, pois, na identificação dos limites mútuos para desenhar superações, articulações e intersecções, num vaivém de ganhos recíprocos e de criação de momentos que reconfigurem não só os movimentos e os partidos, como a política e a sociedade.
Para tal, urge ultrapassar alguns vícios cristalizados: por um lado, o embevecimento dos que, nos partidos, olham para os movimentos sociais com a bovina crença quase-religiosa de uma cura milagrosa para os males de que os próprios padecem, espécie de quinta-essência sem mácula de pecado original; por outro lado, a diabolização dos que, nos movimentos, investem os modos de fazer política dos militantes partidários de um anátema de arcaísmo em vias de extinção; finalmente, a superioridade ontológica e moral de uns face aos outros.
Respeitar margens de ação, manter fronteiras para melhor comunicar (antes da tentação pós-moderna de as dissolver num patchwork), conhecer formas plurais de ação, experimentar, disseminar, transferir - eis alguns dos ingredientes fundamentais para a construção de um capital de militância que poderá confluir em algo mais do que uma manifestação, um congresso ou um site.
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