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¡Ocupemos el mundo!

Dois ativistas portugueses dos movimentos sociais FERVE (Fartos d'estes Recibos Verdes) e Precários Inflexíveis são coautores do livro ¡Ocupemos el mundo!, lançado este mês no Estado Espanhol, e que conta também com artigos de Eric Toussaint, Slavoj Žižek e Esther Vivas, entre outros. A obra trata das mobilizações sociais que marcaram 2011 e que se revestiram de um cariz internacional.

“Barcelona, Madrid, Atenas, Tunes, Cairo, Lisboa, Islândia, Oakland, Wall Street, Londres, Moscovo...isso foi só o começo, não há como voltar atrás”. Esta afirmação é retirada da página da Icaria editorial, onde é apresentada a obra que conta com artigos de autores de todo o mundo, entre os quais Marco Marques, do movimento Precários Inflexíveis (PI) e Adriano Campos, do movimento FERVE (Fartos d'estes Recibos Verdes).

Num texto conjunto, estes dois ativistas sociais falam sobre a crise da dívida portuguesa, que se transformou “em justificação comum deste campo político [governo do PS e governo de coligação PSD/CDS-PP] para todo os ataques e figura, por isso mesmo, no centro da luta política em Portugal”, e sobre o seu enquadramento “no contexto mais vasto da crise económica e social”.

Os elementos do FERVE e do PI partilham ainda a experiência do surgimento de novas iniciativas de mobilização no contexto nacional, como o MayDay, e também do aparecimento de novos movimentos sociais, como é o caso do FERVE, Precários Inflexíveis e ainda dos Intermitentes do Espetáculo.

No seu artigo, Marco Marques e Adriano Campos sublinham a importância dos protestos de 12 de março da “Geração à Rasca” e da adesão ao protesto internacional dos indignados de 15 de outubro e apontam alguns dos desafios que enfrentam os movimentos sociais em Portugal.

“O fechamento nacionalista que defende a saída do euro como solução, assim como o voluntarismo iludido de movimentos que escolham a via do propagandismo sectário constituem problemas centrais para a luta que aí vem”, avançam os autores, sublinhando que “o critério da democracia por inteiro e da solidariedade entre os povos contra um mal comum” parece “hoje, assim como ontem, a mais radical e consequente escolha pela mudança das nossas vidas”.

O livro ¡Ocupemos el mundo! conta ainda com os contributos de Eric Toussaint, Esther Vivas, Slavoj Žižek, Joseba Fernández, Carlos Sevilla, Miguel Urbán, Sandra Ezquerra, Andrés Antebi, Jose Sánchez, Colectivo Madrilonia, Guillermo Zapata, Josep Maria Antentas, Cinzia Arruzza, Víctor Sampedro, Santiago Alba Rico, Panagiotis Sotiris, Diego Crenzel, Sergio Yahni e Daniel Alcalde.

Leia o texto de apresentação da obra publicado no site da Icaria Editorial:

“Em 2011, registou-se uma extensão imparável das lutas populares que iluminaram um novo 'ciclo rebelde global', no qual temos sido, de alguma forma, um grevista portuário de Oakland, uma estudante grega a ocupar a sua faculdade, um islandês de panela na mão em frente a um banco, uma ativista egípcia a enfrentar Mubarak e a Junta Militar, um precário português organizando-se contra o medo e a insegurança.

A 'ditadura dos mercados' tem sido o elemento necessário para nos reconhecermos no 'outro'. Somos a mesma coisa: o mesmo objeto de exploração. Mas também somos o mesmo sujeito, o mesmo corpo capaz de negar o existente como inevitável. É por isso que temos aprendido juntos e juntas a vencer o medo individual para encontrar força no coletivo e ocupar o espaço público. Cada prática de resistência está a ser um estímulo. Difundem-se e readaptam-se a contextos aparentemente desligados e fazem-no para mover, quase todos os dias, o centro do movimento de um cenário para outro: hoje o Egito, amanhã alguma cidade dos Estados Unidos da América, depois Atenas ou Moscovo. No mês seguinte um novo país. Este livro reconhece e analisa este conjunto de experiências com artigos de autores de todo o mundo.”

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