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Provedor admite: trabalhadores temporários são os primeiros a ser despedidos
"O trabalho temporário tem algumas vantagens reconhecidas, mas em situações de crise os trabalhadores temporários ficam particularmente vulneráveis, não só porque são os primeiros a ser despedidos, como também aceitam mais facilmente a perda dos seus direitos", disse à Lusa o deputado socialista e Provedor da Ética Empresarial e do Trabalhador Temporário (PEETT), Vitalino Canas.
No dia em que é apresentado o 4º relatório anual, referente a 2011, sobre trabalho temporário em Portugal, Vitalino Canas - contratado para a sua função pelos próprios patrões das Empresas de Trabalho Temporário (ETT) - refere que este "é [um relatório] de alerta para a situação dos direitos dos trabalhadores temporários, que correm o risco de se agravar" em tempos de austeridade.
Recorde-se que, em 2007, Vitalino Canas bateu-se pela defesa dos privilégios de quem o contratou, assumindo-se no parlamento contra a proposta de limitar os contratos de trabalho temporário a um máximo de dois anos. Na altura discutia-se a reforma do Código do Trabalho que incluía uma revista Lei do Trabalho Temporário. (Ler mais aqui)
Assim, ironicamente, surgem agora os alertas: se, por um lado, "o trabalho temporário pode ser uma forma de criar emprego e, numa situação de crise, pode até gerar emprego que, de outra forma, não existia", por outro, afirma o Provedor, “estes trabalhadores estão mais expostos às necessidades do empregador que pode avançar para o despedimento se assim o entender”.
Apesar da máxima precariedade, Vitalino Canas não deixa de afirmar também que "num cenário de crise e de reajustamento das atividades económicas, o trabalho temporário é uma forma positiva de a economia se ajustar a essas alterações".
Contudo, "e um setor onde temos de estar especialmente atentos", reitera o alerta.
Em Portugal, existem 300 mil trabalhadores temporários prontos a ser despedidos quando a crise assim o ditar
O Provedor das ETT’s, ao mesmo tempo que destaca o fato do despedimento ser o dado mais certo no trabalho temporário, defende ainda que, perante as dificuldades que o país enfrenta e a inexistência de ofertas de emprego, o papel das agências privadas de emprego é fulcral para inverter a situação e combater o desemprego que tem vindo a agravar-se em Portugal.
De acordo com o relatório a apresentar esta segunda-feira, que cruza dados do IEFP e da Confederação Internacional de Agências de Trabalho Temporário (CIETT), a maioria dos trabalhadores temporários em Portugal, bem como no conjunto da União Europeia, são jovens de 30 anos, adianta o Diário de Notícias.
Em 2011, havia 87 mil trabalhadores temporários a 'full time', com horário completo, num universo de 289 mil trabalhadores colocados.
Já em 2010, existiam em Portugal pelo menos 266 Empresas de Trabalho Temporário legalizadas que movimentaram mil milhões de euros nesse ano, à custa da captação de cerca de 40 por cento do salário de cerca de 400 mil trabalhadores temporários.
Comments
Este homem é o máximo...vai a
Este homem é o máximo...vai a todas! Deveria era explicar como arranja tempo para tanta coisa.Há uns tempos atrás num programa da rádio (Um dia com - TSF) disse:
- Da parte da manhã vou para o meu escritório
- Depois vou almoçar com um cliente
- De tarde vou dar aulas na faculdade
- Ao fim da tarde vou passar pela Assembleia.
Pois, estes são os deputados que temos e que com total descaramento dizem e praticam isto tudo num total desrespeito pelo povo.
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