You are here

Síria: forças da oposição acusadas de violar direitos humanos

Raptos, torturas e execuções sumárias marcam o dia-a-dia na Síria e, de acordo com a Human Rights Watch, não são exclusivo das forças leais ao regime. Depois das denúncias de ataques indiscriminados do exército sírio contra civis, surgem agora relatos sobre os abusos cometidos pelo outro lado da guerra civil.

Numa carta enviada ao Conselho Nacional da Síria e aos principais grupos de oposição sírios, a Human Rights Watch regista casos de abuso cometidos pelas forças da oposição, incluindo o sequestro, detenção e tortura de membros das forças militares afetas ao Governo e às milícias pró-regime. A organização diz ter recebido, também, relatos de execuções de civis e de membros do exército por parte de grupos da oposição.

Grande parte dos grupos referidos não parecem obedecer a qualquer cadeia de comando, ou agir segundo ordens do Conselho nacional da Síria, mas a Human Rights Watch indica que "os dirigentes da oposição devem dizer claramente aos seus partidários que não devem torturar, sequestrar nem executar, sejam quais forem as circunstâncias".

"A estratégia brutal do Governo sírio não pode justificar os abusos cometidos pelos grupos da oposição armada", declarou Sarah Leah Whitson, diretora desta organização internacional de defesa dos direitos humanos para o Médio Oriente.

As acusações contra o Bashar al-Assad, entretanto, sucedem-se. Depois do jornal Guardian ter revelado a semana passada a troca de emails entre o presidente sírio e a sua mulher, a Al-Jazira associa diretamente Bashar al-Assad aos planos mais violentos para suprimir a contestação ao regime. 

A estação de televisão revelou esta segunda-feira estar na posse de centenas de documentos confidenciais, e cuja autenticidade foi confirmada pelos jornalistas desta cadeia noticiosa sediada no Qatar, revelando a estratégia violenta do regime para suprimir os protestos.

As centenas de páginas foram entregues por Abdel-Majid Barakat, um desertor que, até há poucas semanas, era responsável pela recolha de informações para uma célula na dependência do presidente. De acordo com a estação de televisão, é o presidente sírio que assina todas as ordens e dá o aval final aos ataques. 

Termos relacionados Internacional
(...)