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Arnaut: Governo sujeita SNS “à desumanidade da sua visão neoliberal e mercantil"

O fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut insurgiu-se este sábado contra a mercantilização da saúde, referindo, que, "infelizmente, o PS não está isento deste desvio de regras de gestão dos dinheiros públicos e desta forma engenhosa de tentativa de privatização".

Durante o fórum 'SNS com futuro', que se realizou este sábado no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra, António Arnaut afirmou que "o governo submeteu o SNS à tortura do 'leito de Procusta', sujeitando-o à desumanidade da sua visão neoliberal e mercantil".

O fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) defendeu que o setor privado tem "um importante papel complementar na prestação de cuidados de saúde, mas não deve parasitar ou viver à custa do setor público, através de convenções espúrias e de outras manigâncias conhecidas", com que "o Estado paga a conhecidos grupos económico-financeiros o 'mensalão', que alimenta a sua gula devoradora".

"Infelizmente, o PS não está isento deste desvio de regras de gestão dos dinheiros públicos e desta forma engenhosa de tentativa de privatização", adiantou Arnaut.

Segundo António Arnaut, “a sustentabilidade do SNS, como serviço público de que nos orgulhamos" e cujos "resultados excelentes" nem "a direita ultramontana contesta", não está em risco por causa da escassez de recursos", sendo que “a cupidez e consequente aversão dos grupos económicos que querem substitui-se ao Estado e fazer dos cuidados de saúde uma mera atividade mercantil" é que põem em causa a sustentabilidade do SNS.

Para Arnaut, “o SNS é um imperativo ético e constitucional, fator de justiça e de coesão nacional", "um cravo de Abril que não murchou, apesar das muitas malfeitorias sofridas", nem "murchará enquanto o PS assumir as suas responsabilidades históricas e constitucionais".

O fundador do SNS aproveitou ainda a iniciativa, integrada na ‘Semana em Defesa da Saúde’, para deixar um alerta ao executivo do PSD/CDS-PP.

A menor afluência às urgências hospitalares em janeiro, decorrente do aumento das taxas moderadoras, e que poderá justificar o aumento do número de óbitos entre os mais idosos, é um "aviso, somado a outros casos recentes, de morte por falta de assistência ou de transporte, que o Ministério da Saúde deve escutar", antes que "os sinos toquem a rebate".

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