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Evolução do BPN laranja causa dificuldades à direita

A semana parlamentar foi dominada por dois grandes debates: o primeiro foi sobre a comissão de inquérito ao BPN e o segundo foi sobre a proposta de saída das jornadas parlamentares do Bloco, acerca da moratória no pagamento das dívidas aos bancos pelas famílias atingidas pelo desemprego, e ainda da anulação completa da dívida quando há devolução da casa.

 A semana parlamentar foi dominada por dois grandes debates. O primeiro foi sobre a comissão de inquérito ao BPN. O Bloco tinha-a proposto e tinha sido rejeitada pelos votos do PSD (e a aprovação do BE, PCP e PS, embora se todos os deputados do PS estivessem então na sala a comissão teria sido aprovada). O deputado João Semedo apelou depois a que os partidos que apoiaram a comissão a impusessem contra a maioria, recolhendo as 46 assinaturas necessárias. O PS aceitou essa proposta e tornou-se assim possível constituir essa comissão. Três semanas depois, temos a comissão. Pelo meio, o PSD e CDS vieram propor o que tinham rejeitado, numa jogada de contorcionismo político que indica bem as suas dificuldades com a evolução do BPN laranja e a venda ao BIC laranja.

 O segundo debate foi sobre a proposta de saída das jornadas parlamentares do Bloco, acerca da moratória no pagamento das dívidas aos bancos pelas famílias atingidas pelo desemprego, e ainda da anulação completa da dívida quando há devolução da casa. Essa proposta ficou em comissão, mantendo-se o debate durante o próximo mês. O Bloco vai insistir nesta solução para proteger quem tem dívidas ao banco por crédito de habitação por uma razão evidente: há hoje 670 famílias que não estão a conseguir pagar as suas contas ao banco, por efeito da crise que se vive. O Bloco defenderá essas pessoas contra os bancos que lhes têm imposto juros e cobranças indevidas.

Sobre o/a autor(a)

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.
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