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Utentes revoltados contra o Metro de Lisboa

A redução a três carruagens na linha verde do Metro de Lisboa está a indignar os 130 mil passageiros diários daquele percurso. A empresa aumentou o preço dos passes e pôs os utentes a viajar como sardinhas enlatadas. A petição na internet dirigida à administração do Metro já conta com centenas de assinaturas.
Já não é preciso andar de metro em hora de ponta para viajar como sardinha enlatada. Foto Paulete Matos

Desde 22 de fevereiro, os utentes da linha verde do Metro de Lisboa deparam-se com os efeitos do corte de uma carruagem em cada transporte e do aumento do tempo de espera na estação. Nas horas de ponta, muitas pessoas simplesmente não conseguem entrar no transporte e mesmo fora das alturas de maior movimento as composições encontram-se quase sempre lotadas. Esta linha é uma das mais utilizadas por quem vive ou trabalha na capital, uma vez que permite a correspondência com os barcos para o Seixal, Montijo e Cacilhas e com os comboios com destino à linha de Cascais. A linha verde cruza-se ainda com a vermelha na Alameda e com a amarela no Campo Grande.

Os utentes queixam-se que a decisão da empresa não faz sentido, até porque na linha vermelha, que tem metade dos passageiros, o Metro circula com seis carruagens. Ainda por cima, o Metro tem neste momento obras de alargamento em curso na estação do Areeiro, à semelhança das obras entretanto concluídas nas estações de Alvalade e Roma para adaptar essas estações à circulação de seis carruagens.

Os argumentos da empresa quando anunciou este corte nas carruagens causam ainda mais estupefação entre os utentes, ao ouvirem que o corte "teve como motivo um ajuste da oferta à procura, numa lógica de otimização dos seus recursos". E a situação atual é caricata, quando comparadas as linhas verde e vermelha: uma linha tem o dobro dos passageiros da outra e está a funcionar com metade das carruagens. Na petição colocada online esta semana, os utentes afirmam ser "extremamente desconfortável viajar no meio de uma massa comprimida de pessoas o que, além do desconforto, potencia situações de criminalidade".

A longa espera na estação pela chegada do Metro também se tornou habitual na vida dos utentes desde o mês passado, com o que isso significa em termos da perda de qualidade de vida e de produtividade na economia da capital. Para os subscritores deste abaixo assinado disponível na internet, a situação "constitui um retrocesso na qualidade do serviço prestado, passando este a ser um mau serviço, tornando desproporcional a relação entre o preço praticado e a qualidade do serviço prestado". O passe urbano do Metropolitano de Lisboa aumentou 48% no mês passado, de 19,55 euros para 29 euros.

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