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“Cultura do Goldman Sachs é tóxica e destrutiva”

Executivo do mais poderoso banco de Wall Street demite-se e afirma que prevalece na instituição a prática de pôr os clientes como última prioridade e de tratá-los como 'marionetes', fazendo os possíveis para lucrar o máximo à custa deles.

Um executivo que se despediu do banco de investimentos Goldman Sachs escreveu num artigo do The New York Times que decidiu sair porque na última década espalhou-se uma cultura no banco que é mais “tóxica e destrutiva” que nunca.

O Goldman Sachs é o mais poderoso banco de Wall Street. Entre os seus ex-funcionários figuram os ex-secretários do Tesouro dos EUA Robert Rubin e Henry Paulson, Mark Carney, governador do Bank of Canada desde 2008, Mario Draghi, governador do Banco Central Europeu, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti.

Gregory Smith, executivo da área de derivados de Londres, escreveu que esteve em reuniões de vendas de derivados onde nem se gastou um minuto para discutir como se ajudava os clientes. “Só se discutia como podíamos lucrar o máximo à custa deles”. O executivo, que trabalhava no Goldman Sachs desde 2001, disse que viu diretores-gerentes referindo-se a clientes como 'marionetes', em mails internos do banco.

O banco foi rápido a negar as afirmações do seu ex-executivo, afirmando que sempre se preocupou com os clientes.

O artigo, porém provocou uma tempestade no Twitter, entrando na lista dos dez mais comentados do dia.

Recorde-se que o Goldman Sachs foi acusado de ajudar o governo da Nova Democracia da Grécia a ocultar o défice do país antes de rebentar a atual crise. Também a entidade reguladora do mercado mobiliário, a Securities and Exchange Commission, acusa o banco de ter criado um produto financeiro atrelado a hipotecas subprime, quando o mercado imobiliário dos Estados Unidos começava a apresentar problemas, dando "declarações falsas" e omitindo "informações vitais". O banco teria ganho dinheiro com o produto, mas, segundo a SEC, os investidores que apostaram nesses papéis perderam mais de mil milhões de dólares.

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